Um anjo chamado Cleide

Por Ezequiel Sena

Em matéria de emoção a televisão tem sido pródiga em proporcionar momentos marcantes. Apesar de não apreciar muito o programa do Fausto Silva, neste domingo de Natal, por alguns minutos, parei em frente à TV quando fui surpreendido por um instante de nobreza. Talvez esse tenha sido um dos mais belos dos últimos tempos. Até porque, existem pessoas que realmente fazem a diferença. Uma secretária carioca de nome Cleidiane Pereira, classe média; em 1997 viu a uma reportagem do Fantástico que o jornalista Marcos Uchôa (falecido em 2005) fez no interior de Sergipe sobre o drama que vivia dona Maria e seus seis filhos menores para se manterem colhendo laranjas em fazendas da região. “Quando vi aquela criança tão triste, meu Deus, eu tenho que fazer aquela criança feliz, pelo menos por um dia na vida dele. Não tinha noção que aquilo iria se transformar numa família (..) é como se eu fosse uma filha que está no Rio de Janeiro e eles lá no nordeste”. Disse comovida.

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Entrou em contato com a produção do programa para localizar o endereço e passou a mandar dinheiro todos os meses. “Comprou um terreno, construiu a casa, comprou galinhas, e mandou abrir um poço”, comentou dona Maria. Adotou a família, praticamente. A Cleide ainda ajudou na educação dos seis filhos (mudou a vida daquelas pessoas). “Eu aprendi a ler e a escrever graças a ela”, disse Niltinho, um dos filhos, que à época da reportagem tinha 12 anos e graves problemas de saúde. Mesmo com as constantes doações nesses quase 15 anos, e mantendo contato com eles semanalmente, a secretária nunca os tinha visto pessoalmente.

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Agora, neste 25 de dezembro, no palco do Domingão do Faustão, aconteceu o encontro levando o Brasil inteiro às lágrimas. Confesso que não sou de emocionar facilmente, porém me flagrei com os olhos marejados. Sinceramente, esse anjo de nome Cleide proporcionou um momento muito sublime em minha vida nesta virada de ano.

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Histórias com este perfil, não apenas conforta como também alimenta a alma. De sorte que ao adentrar no terreno da solidariedade, não é fácil encontrar palavras para definir o sentimento que brota do coração cujo mistério não está nos fatos, mas nos feitos.

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Ao contrário dos céticos, já que hoje vivemos em um mundo tão desigual, quando a ânsia do ‘ter’ se tornou o principal foco do ser humano, penso que mesmo sendo uma raridade a atitude dessa secretária, creio que seja possível encontrar anjos iguais a ela amenizando a vida de muita gente por aí.

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Por isso, nada melhor que assistir ao vídeo e refletir com mais acuidade sobre gestos tão nobres. É fácil, busque pelo Google digitando: “Domingão do Faustão, mamãe Noel conhece família que ajuda há 15 anos”, e pode esquecer a leitura deste texto.

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UM FELIZ 2012 E MUITA PAZ!.

 

Ezequiel Sena


2 Respostas para “Um anjo chamado Cleide”

  1. Mariana

    Gostaria de saber se esse jornalista que vcs citam ai em cima Marcos Uchoa,qd foi que ele morreu,se ele deu uma entrevita nestante,não entendir essa reportagem,o reporter da globo não morreu

  2. Julia

    Também assistir a apresentação da familia e o encontro dela com a moça cleide achei interressante.

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