Academia do Papo: O que foi feito daquele povo?

Foto: BLOG DO ANDERSON

Paulo Fernando de Oliveira Pires | Professor | paulopires@uesb.edu.br 

Essa pequena crônica parece um eco da bela canção de Elomar Figueira, onde o Grande Bardo dos Sertões do Mundo com voz plangente-primeira, pergunta: “Onde estão meus companheiros, que cantavam aqui mais eu?”. Isso mesmo! Essa nostalgia, ah, essa imensa nostalgia originada pela saudade dos que não vejo há tempos nos conduz à mesma pergunta: “Mas cadê meus companheiros que cantavam aqui mais eu?”.  Para onde foram? Onde estão? Ou será que não estão mais aqui? E os seus sonhos? O que será que aconteceu? Será que conseguiram realizar seus sonhos? Meu Deus … Quanta saudade! >>>>>

Cadê Paulo Mascena? Cadê Jorginho Touchê? Cadê Jorge Melquisedeque? Onde está nosso guerreiro André Cairo? E aqueles lugares onde íamos, ainda existem? E aquele bar, o Alternativa, na Avenida Lauro de Freitas, onde cantavam Papalo Monteiro, Lima Junior, Gutenberg Vieira e Dirlei Bonfim? Onde está aquele Bar? Derrubaram o Bar? Se o derrubaram, derrubaram nossa memória. Evandro Correia sempre estava lá, cantando ou bebericando com os amigos, nossos amigos… Cadê o Bar? Em frente a esse bar  Alternativa João Tocaia cantava durante horas e horas  na Galeria Joaquim Correia (que na época não era Galeria), contratado pelo nosso amigo Florentino.

 Ah, o tempo!  Como o  tempo é implacável, escorregadio e engraçado.  O tempo passou na janela e só Carolina não viu, cantou Chico Buarque para a distraída Carolina. É meus amigos e minhas amigas: o tempo nos engana e passa muito rápido. Só depois, muito tempo depois é que a gente vê quanto tempo a gente perdeu na vida. Lembram do poeta Manuel Bandeira conversando com a Andorinha? A andorinha disse para o Poeta: Passei o dia à toa, à toa!  O poeta respondeu: “Minha canção é mais triste, andorinha, passei a vida à toa, à toa!”

Deusdete Dias, depois de passar por diversos cabarés da cidade, chegava ao Bar Alternativa, bem depois da meia noite com um jeito inzoneiro (parecendo um personagem dos sambas de Ari Barroso).  Cara de quem havia aprontado alguma, geralmente vinha acompanhado com algum dos irmãos Barros e dali em diante era um converseiro dos diabos. Mas eram bem chegados (como sempre).

As moças eram todas promissoras: Maria Elvira, Helânia Demettino, Lourdinha Amorim, as gêmeas  Zelma e Zilma e outras que nunca mais vi…. Dessas citadas, Lourdinha foi chamada pelo Pai Celestial e as outras Meninas se tornaram grandes mulheres, nas diversas áreas de atuação onde trabalham.  Estão ótimas. Zé Raimundo e Waldenor Pereira viraram deputados e Antônio Roberto é um Grande Executivo na Área das Empresas Privadas… Muitos estão bem, mas os que foram embora deixaram muitas saudades… Um abraço cordial e vamos em frente. Até a próxima semana.  Paulo Pires.


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