Jorge Maia: Nesta rua não tem um Bosque

Foto: BLOG DO ANDERSON

Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]

Na minha rua não tem um bosque. Não há bosque em nenhuma das ruas da minha cidade. Para dar segurança a regra da exceção há um bosque chamado de “Bosque da Paquera”, criado pelo prefeito Nilton Gonçalves, mas que pelo pouco tempo que foi prefeito não houve a oportunidade de fixar equipamentos para a sua urbanização. Leia a íntegra.
O nome é sugestivo e poderia ser um motivo para a sua projeção como ponto de encontro não apenas de namorados, mas também das famílias, estudantes e pessoas em férias, realizando piqueniques, em fins de tarde, ou manhãs ensolaradas. Poderia ser um local de turismo, contudo, precisa ser melhor tratado pelo poder público. Como está é apenas um conjunto de eucaliptos sem maior atração.

A falta de áreas verdes voltadas para a atividade de lazer termina por se constituir em grande descuido com as atividades ao ar livre. Corridas leves, caminhadas com amigos, jogos e brincadeiras são sempre motivos de alegria e bem estar. O contato com a natureza aproxima as pessoas e permite a confraternização e também a meditação.

A administração pública, em especial a municipal, deve investir mais em praças verdes e espaços para o lazer em um só lugar. Não estamos falando de florestas, porém, no mínimo em pequenos bosques, fazendo ver que o ser humano e a natureza são irmãos e que podem viver em harmonia e que juntos podem recriar a vida harmônica que todos desejam.

Nesta rua não tem um bosque. Na minha rua não tem um bosque, mas se tivesse não chamaria solidão, o seu nome seria alegria. O bosque da alegria, porque onde há gente e natureza a solidão é apenas ficção. O convívio com a natureza pacifica a vida e repõe o bom humor.

Um bosque não significa solidão, a possibilidade da reflexão não retira os risos e as brincadeiras das crianças. Ao contrário, estabelece a convivência dos estados contrários, rejuvenesce e fortalece os laços entre os seu frequentadores, cria novos valores sociais e uma referência para cidade.

Nós precisamos criar tantos e tantos bosques, em cada rua, em cada praça e que a solidão seja apenas um verso de uma canção de ninar e, quem sabe, poderemos descansar e adormecer em um dos bancos desses bosques, cantando: nesta rua, nesta rua tem um bosque?… VC310818


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