Ruy Medeiros: Vândalos! Baderneiros! Vândalos!

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Ruy Medeiros | Advogado, professor e escritor | ruy-medeiros@uol.com.br

Vandalizam nossas mentes, vandalizam nossa consciência, vandalizam esperanças, vandalizam promessas, vandalizam projetos de vida, vandalizam o próprio futuro esperado e prometido. Mas os senhores que ocupam o poder e levaram ao extremo a privatização do Estado por grupos empresariais não se sentem vândalos quando destroem conquistas trabalhistas, que foram obtidas com sacrifícios e vêm sendo mantidas com lutas e sangue, iniciam (a título de salvá-la) o desmonte da previdência social, que querem transformar em agência de auxílio-funeral a viúvas e miseráveis dependentes. Leia na íntegra.

Os senhores governantes e sua base aliada não se sentem vândalos (e com esse título as grandes redes de comunicação não os tratam) quando entendem ainda representar os eleitores, diante da evidência de que grande parte deles negociou benefícios para grandes grupos, por meio da legislação, foi eleita à base de dinheiro de origem suja.

A grande imprensa não trata como vandalismo o recebimento de propina (cinicamente transmite resumo de defesa dos escandalizadores), como se aquilo não vandalizasse o património difuso e as nossas consciências.

Não serão vândalos e desordeiros esses senhores do poder? Seu vandalismo sobre toda a sociedade não é intenso e destruidor ao extremo?

Não são vândalos a serviço de soluções de força aqueles que desqualificam a atividade política, desqualificam todos de todos os partidos, de forma a não salvar ninguém e nenhum projeto e entregar o comando do Estado a um tiranete?

Não serão vândalos aqueles que, controlando os grandes meios de comunicação, não dão voz aos dissidentes e, com isso, vandalizam a liberdade e garantia de opinião ou as obstruem.

Os senhores denominam de vândalos aqueles que depredam bens públicos, mas não são bem públicos subjetivos muitos direitos que estão sendo suprimidos? Previdência e assistência não são bens públicos? Além de seus benefícios serem direitos subjetivos eles o são públicos.

Não barbarizam nossas consciência o Chefe do Pode Executivo receber, na calada da noite, em palácio, um corrompido-corruptor confesso? Exatamente ele, que quando tomou posse disse que conhecia bandidos. Não é ingenuidade não esperar daqueles que depredaram a revolta? Seria realmente surpresa a revolta?

As tropas estão nas ruas para combater quais vândalos? – Os que desfiguram a representatividade? Aqueles que, com pressões de todo tipo, estão impedindo os canais de expressão e de direcionamento dos debates das reivindicações?. Não. Não se posicionam contra esses vândalos.


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