Carlos Albán González: As necessidades de Conquista

Foto: BLOG DO ANDERSON

Carlos Albán González | Jornalista | [email protected]

Depois de ler o comentário do meu colega jornalista Jeremias Macário sobre as imperfeições desta cidade onde vive há mais de 20 anos, tendo ocupado a chefia da sucursal de “A Tarde”, na época o maior jornal do Norte e Nordeste do país, decidi registrar a opinião de um  morador, que trocou há quatro anos a atormentada Salvador pela tranquilidade, – embora há quem não concorde, – de Vitória da Conquista. >>>>>

Companheiro Jeremias, a projeção que você deu a Vitória da Conquista e a toda a região sudoeste da Bahia não deve ter lhe rendido palavras ou gestos elogiosos daqueles que agiram com prejuízos para o município, notadamente os políticos. Mas, tenho certeza, que as críticas feitas, com as melhores intenções, receberam os aplausos do povo, embora uma minoria tenha revelado ganas de quebrar os seus ossos. Provavelmente, você foi vítima de ameaças, como muitos dos nossos colegas que labutam no interior do Brasil. Muitos deles foram assassinados.

A minha intenção, na verdade, é colaborar com os leitores de “aestrada”, ampliando a lista de problemas, de fácil solução, que tenho observado nesse curto período de vivência nesta cidade.

O primeiro deles é a quase completa ausência de placas de sinalização de ruas e avenidas e as relativas à circulação de veículos e pedestres. A prefeitura, com adesão de uma empresa privada, já deveria ter instalado postes nas esquinas dos logradouros. Com a expansão das áreas residenciais da cidade muitas ruas são indicadas pelas letras do alfabeto.  Verdadeira barafunda se constitui a numeração de casas e prédios. Cada proprietário coloca o número que mais gosta, com o consentimento da municipalidade.  A população agradeceria, principalmente taxistas, entregadores e carteiros.

Com relação ao trânsito são muitos os cruzamentos onde o motorista fica em dúvida qual é a via preferencial, porque não existe uma placa indicativa, causando freqüentes abalroamentos, com prejuízos materiais e vítimas. Menciono ainda as faixas de pedestres apagadas e os cruciantes quebra-molas, condenados em portaria pelo Denatran, mas objetos de requerimentos dos  vereadores interioranos aos seus prefeitos.

Como ex-repórter de Esportes de “O Estado de S, Paulo” aconselho à prefeitura, aproveitando o recesso de sete meses do futebol local, realizar uma ampla reforma no Estádio Lomanto Júnior, construindo instalações para a imprensa escrita (jornalistas que vêm cobrir jogos interestaduais se queixam da falta de um local para trabalhar), instalando cadeiras numeradas no setor central das arquibancadas e plantando um novo gramado.

A falta de lazer na cidade tem chamado a minha atenção. Nos finais de semana aqueles que não dispõem de recursos para irem às praias de Ilhéus e Porto Seguro, ou aos confortáveis sítios na zona rural, têm como opção o bate-papo nos botecos ou os shows musicais de qualidade duvidosa.  O Parque de Exposições Teopompo de Almeida, que só dá acesso ao povo três ou quatro vezes por ano, poderia ser utilizado como área de entretenimento, dispondo de uma infraestrutura que venha a agradar adultos e crianças.

Por que os gestores que passaram pela prefeitura de Conquista não tiveram a ideia de urbanizar, além de facilitar o acesso, da área onde se acha o Cristo Crucificado, implementando o turismo religioso? Trata-se de uma excelente fonte de recursos, a exemplo de Aparecida, em São Paulo, e Santiago de Compostela, na Espanha.

Eu não poderia terminar este comentário sem fazer um agradecimento à amabilidade do povo conquistense, o melhor cartão de visita desta cidade de 177 anos.

Carlos Albán González   [email protected]


Uma Resposta para “Carlos Albán González: As necessidades de Conquista”

  1. Jair roberto Rosa

    Concordo em gênero ,número e grau de cada palavra proferida por esse senhor, vivo nessa cidade a 18 anos e os aspectos aqui proferidos são gritantes, deixou-se criar um festival de rock e esqueceu-se do legado cultural e até financeiro do município que é a fabricação e comercialização de biscoitos á base de polvilho que certamente seriam um casamento á altura com a migração dos adoradores do rock, mas não existe essa visão por parte da secretaria de cultura do município que infelizmente nos últimos dezoito anos só colocou pessoas que enxergam política ao invés de vir a somar culturalmente, pessoas que não “conhecem” verdadeiramente outros territórios e ficam na mesmice de Natal da Cidade e São joão por que não institucionalizar um festival de quitutes da terra, a exemplo de cidades do sul do país que criaram e se organizaram em razão de uma festa que é a OKTOBERFEST hoje cada município circunvizinho criou uma festa comemorada no mesmo período de outubro de cada ano para aproveitar a visita em massa de turistas a região lá tem até a festa do marreco recheado pra se ter uma idéia, mas infelizmente só se enxerga um palmo entre os olhos e os óculos, quem sabe desperta-se com isso um haloween!!!!!!

Os comentários estão fechados.