Educação Municipal | falta de cuidadores mantém crianças com deficiência sem aulas em Vitória da Conquista

Foto: BLOG DO ANDERSON

Mesmo com o ano letivo iniciado em fevereiro, parte dos estudantes da Rede Municipal de Ensino de Vitória da Conquista permanece fora da sala de aula por falta de cuidadores. O problema atinge principalmente crianças com deficiência e transtornos do neurodesenvolvimento, como autismo, síndrome de Down e Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), que dependem desses profissionais para acompanhar as atividades escolares. A ausência de cuidadores compromete o processo de aprendizagem, impede o convívio com os colegas e representa uma violação dos direitos garantidos pela Lei Brasileira de Inclusão. Essa legislação assegura o acesso à educação em todos os níveis, com os apoios necessários, desde o início do ano letivo. Em algumas escolas da rede, a matrícula dessas crianças encontra-se registrada, mas a presença em sala de aula não se concretizou por falta da estrutura adequada. Em determinados casos, os próprios responsáveis acompanharam os filhos durante algumas semanas para evitar o rompimento total do vínculo com o ambiente escolar.

Sem perspectiva de assistência contínua, os estudantes precisaram ser afastados das atividades. As famílias afetadas têm buscado apoio junto à Secretaria Municipal de Educação, mas relatam que a solução depende de processo licitatório, sem previsão para contratação dos profissionais. Como alternativa, muitas recorreram ao Ministério Público do Estado da Bahia, a fim de garantir o cumprimento do direito à educação inclusiva. Enquanto aguardam providências, pais e mães tentam manter algum nível de aprendizagem em casa, embora reconheçam os limites dessa alternativa. A permanência dessas crianças fora da escola representa não apenas um prejuízo pedagógico, mas também um retrocesso na luta por inclusão e respeito à diversidade no ambiente educacional. A situação destaca-se em reportagem exibida pelo Bahia Meio Dia nesta quarta-feira (06), que também ressalta a recorrência do problema em anos anteriores. O Governo de Vitória da Conquista recebeu solicitação para esclarecer os motivos da ausência dos cuidadores e informar as providências adotadas, mas até o momento não há retorno sobre o assunto.

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