Operação Ícaro | dono da Ultrafarma, auditores fiscais e diretor da Fast Shop são presos em São Paulo

Foto: Rovena Rosa | Agência Brasil

O empresário Sidney Oliveira, dono e fundador da Ultrafarma, teve prisão temporária decretada na manhã desta terça-feira (12) durante a Operação Ícaro, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para combater um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários da Secretaria de Estado da Fazenda. Além dele, também foram detidos Artur Gomes da Silva Neto, auditor da Diretoria de Fiscalização (DIFIS) da Fazenda Paulista, Marcelo de Almeida Gouveia, auditor fiscal, e Mario Otávio Gomes, diretor estatutário do grupo Fast Shop. Sidney Oliveira foi localizado em sua chácara, em Santa Isabel, na Grande São Paulo. O executivo da Fast Shop foi detido em um apartamento na Zona Norte da Capital Paulista. Segundo as investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC), o auditor Artur Gomes recolhia documentos da Ultrafarma e da Fast Shop para solicitar o ressarcimento de créditos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, tributo estadual incidente sobre operações comerciais) junto à Secretaria da Fazenda.

Embora previsto em lei, o procedimento é complexo e, de acordo com os promotores, era agilizado mediante pagamento de propina. Além de acelerar o processo, o auditor aprovava os pedidos e evitava revisões internas, liberando valores superiores aos devidos. Na casa de um parceiro do auditor, em Alphaville, foram apreendidos dois pacotes com esmeraldas, R$ 1 milhão, US$ 10 mil (R$ 53 mil) e € 600 (R$ 3.360), encontrados dentro de um cofre. O investigado, que não é servidor público e respondeu a processo por estelionato no Mato Grosso do Sul, também teve prisão decretada, assim como a esposa, mas ambos não haviam sido localizados até a última atualização. A ação incluiu o cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão em imóveis residenciais e sedes das empresas investigadas. Em nota, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo informou que instaurou processo administrativo para apurar a conduta do servidor e solicitou ao MP o compartilhamento das informações. A Fast Shop declarou que “ainda não teve acesso ao conteúdo da investigação, e está colaborando com o fornecimento de informações às autoridades competentes”. A Ultrafarma não havia se manifestado até a publicação desta matéria.

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