
Uma imersão no mundo da fotografia pelo jornalista Jeremias Macário a partir da visão de seus quadros fotográficos durante suas andanças pelo sertão em seus tempos de repórter, com falas de José Silva, contando suas histórias como profissional. São mais de 50 quadros fotográficos que fazem parte do acervo do Espaço Cultural A Estrada e que remetem, em sua maioria, às reportagens jornalísticas sobre as secas na região sudoeste, do período de 1991 a 2005. Nelas estão incluídas fotos da Serra do Periperi, capelas e pedintes na BR-116. São paisagens político-social que retratam o sofrimento do nosso povo.
Foi uma temática mais descontraída na noite do Sarau A Estrada, realizada no último sábado (dia 06/12/2025), no Espaço Cultural que leva o mesmo nome. Os quadros sobre paisagens secas do sertão, capelas e a vida sertaneja em suas labutadas pela sobrevivência foram revisitados no tempo, como registros históricos. Os trabalhos foram abertos pelo membro da comissão Dal Farias, com informes sobre a reconstrução do novo espaço, prestação de contas do fundo do sarau por Cleu Flor, bem como a aprovação da ideia de realizarmos o primeiro Sarau na Estrada, na Praça Barão do Rio Branco, no início do próximo ano, com data ainda ser marcada. Leia o texto na íntegra.
O propósito é levar o Sarau até o povo nas ruas e aproveitarmos a ocasião para cobrar do poder executivo, através da Secretaria de Cultura, mais atenção para nossa cultura, principalmente quanto a abertura dos equipamentos culturais fechados há anos e a elaboração do Plano Municipal de Cultura, o qual deve se tornar lei dentro do plano orçamentário do município. Queremos mais recursos para o setor, não somente esse calendário de São João e Natal.
Com a participação de cerca de 30 pessoas entre artistas, professores, jovens estudantes, amigos e interessados pela cultura, a noite foi abrilhantada por Fabrício Prado na viola com suas cantorias, além da contação de causos de Jessier Quirino. Não faltaram as declamações de poemas autorais e a troca de ideias entre presentes num bate-papo descontraído e fraternal.
Podemos dizer que o evento, que completou 15 anos de existência e está entrando no seu décimo sexto período, foi mais uma realização memorável que varou a madrugada, acompanhado de um bom vinho e o tradicional prato da meia noite, com a degustação de petiscos e uma boa comida, tendo como personagens principais a cultura e a troca de conhecimento e saber.
Sobre a história da fotografia, que é um processo de química, imagem e luz, com seu conjunto de lentes, filtros e obturadores, inventada no século XIX, Jeremias Macário, antes de discorrer sobre seus trabalhos, fez uma breve introdução sobre essa temática.
A princípio, a imagem teve sua origem na antiga Grécia quando Aristóteles resolveu fazer uma caixa, nela colocando um pequeno orifício de luz para observar o eclipse solar. Cerca de dois mil anos depois, após uma série de pesquisas, o francês Joseph Niépce inventou a fotografia, ou a heliografia (escrita do sol) e evoluiu o processo, em 1827, com seu colega Luis Daguerre que consolidou a fotografia, em 1853. Antes deles, porém, tivemos Johan Schulze, em 1725.
Em 1839 Daguerre produziu o daquerretipo, que é a máquina fotográfica atual, e criou a revelação, usando o sulfato de sódio e cristais de iôdo. Com a ajuda de outros estudiosos no assunto, em 1853 surgiu a profissão de fotógrafo, com máquinas analógicas.
No ano de 1888, George Eastman, construiu a primeira câmara com onze metros de cumprimento, reduzido o tamanho graças ao uso da química e da mecânica. No início era a analógica com a utilização de rolos de filmes de 36 poses. No final do século XX, a indústria fotográfica introduziu as digitais facilitando o trabalho dos profissionais da arte poética de eternizar os fatos e acontecimentos.
É bom frisar que antes da fotografia, até o século XIX, os jornais, para ilustrar suas reportagens, principalmente em épocas de guerras, enviavam seus correspondentes desenhistas e pintores para registrar as cenas de combates, paisagens e eventos da sociedade.
Assim foi o Sarau numa noite iluminada pela fotografia e cheia de boas ideias entre estradeiros que há 15 anos mantém essa tradicional harmonia, na base da prosa e da conversa de pensamentos. O Sarau, além de ir às ruas, tem outros projetos quais sejam de incluir a comunidade em seus eventos e já abriu seu Espaço Cultura para a visitação de estudantes.






