Valdir Barbosa: Feliz Dia das Mães, Brasil

Foto: BLOG DO ANDERSON
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Valdir Barbosa | Delegado de Polícia | [email protected]

Acordo, neste segundo domingo de maio, dia dedicado às mães, apesar de entender que todos os segundos, de todas as horas, de todos os dias, de todos os meses, de todos os anos, de todos os séculos representam a oportunidade de homenagear o personagem mais representativo da razão e do porque de nossas vidas, desejoso de embarcar na onda do tributo. Através delas vimos todos ao mundo, no seu regaço somos alimentados e agasalhados desde o instante que rasgamos suas entranhas, inflando pela vez primeira nossos pulmões, após nove meses resguardados em seu ventre. Leia na íntegra.

O leite derramado diretamente dos seios doloridos, sobre lábios dos filhos ansiosos, lhes faz crescer imunes, as noites insones, após a labuta diuturna, seja no lar ou fora dele, ao mínimo choro de seus rebentos, lhes faz acalentados, a mão que lhes apoia e treina no caminhar, lhes faz seguros, a voz que lhes ensina balbuciar as primeiras frases, lhes faz capazes de exigir direitos, desde pequenos.

Por mais que se considere a importância paterna na formação dos filhos, como fonte de referencia e compreensão de deveres, direitos, limites, imponderável deixar de reconhecer a importância insubstituível da figura materna, sem a qual, mormente nos primeiros meses, a vida não se perpetuaria, inviabilizando a existência.

Todavia, mesmo vivendo a data festiva, não me permito olvidar Suzane Von Richthofen, acusada de participar do assassinato de pai e mãe, que resulta condenada a trinta e nove anos de reclusão. Em meu pensar, com todo respeito à Justiça entendo mediana a severidade da pena, em face da indiscutível gravidade do ato que lhe fez condenada, além disto, e apesar das regalias com base no diploma vigente, capazes de conceder saídas periódicas aos reclusos, esta benesse, na semana comemorativa pela passagem do dia das mães, concedendo a algoz da própria mãe autorização para se ausentar do presídio é no mínimo esdrúxula.

Por óbvio, a dosimetria da condenação se suporta no diploma legal em vigor, indiscutível que o benefício do indulto se faz inscrito na lei 7210/84 que trata das execuções penais, mas, soa no ar uma pergunta implacável, difícil de calar e outras considerações. A infeliz Suzane, capaz de tirar a vida de quem lhe deu o direito de viver, ao menos foi privilegiada com o dever de ser mãe?

Ao que se sabe, não lhe foi dada a oportunidade de curtir fortuna, apenas concedida ao gênero feminino, por ver crescer em seu ventre, ser humano que virá ao mundo. Destarte, na hipótese de que o indulto em referencia, pela passagem do dia dedicado às mães, primordialmente concederia ao recluso o direito de estar na companhia dos filhos, ou da genitora, há que perguntar: que base apoiada no bom senso, bussola norteadora dos julgadores, autorizou o benefício comentado? Fosse uma semana antes ou depois desta corrente, nada a considerar.

Mas, em verdade, cuido de trazer no leito da homenagem às mães, a oportunidade de fazer refletir diante deste exemplo. O momento impar por que passa a Brasil, símbolo materno de todos os brasileiros impõe afirmar: carece a Pátria dos cuidados imprescindíveis de todos os seus filhos para com ela, nesta hora em que a história contemporânea da república vive talvez uma de suas maiores efervescências.

O tempo das suzanes perversas que sangraram o país não pode continuar. Por isto, devemos condenar os assassinos da esperança e da verdade, ao desterro da vida publica, sem concessões de indultos quaisquer, tanto àqueles que tiveram a oportunidade de fazer uma nação melhor e mentiram, mas, principalmente, aos que terão a oportunidade de fazê-lo de agora em diante. Nós, os filhos do Brasil, estaremos atentos.

À “nossa Pátria mãe gentil” e a todas as mães do mundo, parabéns, felicidades.

8 de maio de 2016

valdir Barbosa


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