Jeremias Macário: Os Cavaleiros do Apocalipse no tempo da cegueira e da insensatez

Foto: BLOG DO ANDERSON

Jeremias Macário de Oliveira | Jornalista | [email protected]

Seu reino foi uma constante troca de favores, uma corrupção generalizada com o triunfo das propinas e dos subornos. A mera coincidência é um relato dos historiadores em referência ao reinado de Lúcio Tarquínio na antiga Roma dos anos 600 antes de Cristo.  Lembra das entrevistas e depoimentos na mídia de que os eleitores iam dar o troco nessa corja de políticos safados corruptos fichas sujas quando chegassem as eleições? Pois é, meu camarada, era tudo de mentirinha, do faz de conta, para dizer que votariam com consciência e qualidade. >>>>>

 

Quando chega a hora, todo mundo cai dentro da lavagem, não importando se é homofóbico, racista, xenófobo, fascista, ladrão, enganador e desonesto. Tudo parece um carnaval e mais uma festa de torcedores fanáticos enlouquecidos em final de campeonato

  As eleições se transformaram numa nau dos insensatos, numa disputa de Ba x Vi, Grenal, Fla x Flu, Atlético e Cruzeiro, num Palmeiras e Corinthians e não numa escolha do melhor, do mais preparado, do mais honesto, do mais sério e apto ao cargo. Se Jesus Cristo e Nossa Senhora descessem no Brasil de hoje e se candidatassem, ficariam entre os últimos avaliados pelas pesquisas, na faixa de 1 a 3%. Os bons, limpos, de práticas morais e bem intencionados não servem. Chegamos ao tempo em que candidato ético não se elege, nem tem vez.

  Depois que passar o pleito, logo, logo vai ter muita gente por ai lamentando e chamando os políticos de corja de bandidos. Mas, quem são os verdadeiros safados? Na cegueira de um derrubar o outro, no caminho mais fácil para compactuar com a esquizofrenia social, como numa insensata queda odiosa de braço, voltam ao poder os corruptos, fascistas retrógrados e a mesma laia da pior espécie. Como saco de pancada, o Brasil vai continuar à deriva levando chumbo grosso.

   Quem é o alienista e quem são os alienados? Olha nas ruas a turba desgovernada como no estouro da boiada, com suas bandeiras nas mãos se arrastando atrás do seu sinhozinho, como negros e mulheres vestindo as camisas do Bolsonaro, nem ligando para suas discriminações, misoginias e preconceitos. Do outro lado, uma multidão enfurecida marca seu território e nega o mensalão, o petrolão, alianças espúrias e outras falcatruas em nome de pacotes sociais inconsistentes como se fossem passaportes para o roubo.

   De um lado, tem o voto no retrocesso porque é fiel seguidor do dono da maluca ideologia. Outros votam com birra de apenas ser anitpetista e mais aqueles porque o homem é doido mesmo, e “vamos ver no que dá”, já que os que governaram deixaram o Brasil no atoleiro da desgraça. É mais uma nau dos insensatos que passa espumando ódio e intolerância. Nem estão ai para o pior que vai acontecer logo depois. A ordem é dividir mesmo e deixar o país em farrapos. Quem são mesmo os loucos?

   Na outra nau tem o voto dos militantes fieis que estão sempre ali, aconteça o que acontecer em termos de erros e desvios de conduta. Tem a turma de eleitores que estão desde já de olho em tirar proveito com cargos e alguns benefícios, e ainda os pobres coitados que esperam que caiam mais alguns pacotinhos de assistências em suas bolsas. E assim o Brasil segue em direção ao abismo, no olho do furacão com muitos pedindo uma intervenção militar.

   Para milhões, os males causados à nação, com a subtração de bens e o uso indevido de privilégios nababescos, não interessam. Acham que eles têm direito porque estão fazendo alguma coisa pelo social, pela pobreza. São até abençoados e aplaudidos. Eles têm passe livre para dilapidar o erário e as empresas públicas como se fossem suas. As listas dos fichas sujas, as malas de dinheiro, os envolvidos na Lava Jato, nos escândalos das merendas escolares e da saúde são facilmente esquecidos.

  Nunca vi uma eleição tão desvairada e cheia de mentiras no tempo em que o Tribunal Superior Eleitoral prometeu combater as falsas notícias. Negam na maior cara de pau as alianças com cafajestes, inventam feitos que nunca fizeram, acrescentam números a favor e até escondem seus partidos e, mesmo assim, o povo não arreda pé. Recusamo-nos a dizer a verdade, em seguir a coerência, pois há muito tempo já não existe ideologia.

  Enquanto não houver uma profunda reforma política eleitoral e uma revolução na educação, de modo que derrube a máfia montada pela elite do empoderamento desse sistema, onde só os mesmos são eleitos, as eleições nunca vão ser saída para as mudanças do Brasil. A ignorância continuará sendo cultivada por eles e a serviço deles. O voto permanecerá sendo de cabresto, na base dos favores, e as massas se contentarão com o pouco.

   Pesquisas num país como o Brasil, do voto para quem está nas cabeças, deveriam ser proibidas. Nunca vi tantas pesquisas e dados para mais e para menos, de empates técnicos e rejeições enchendo o saco e tomando tanto tempo nas emissoras de televisão! Nunca vi tantas imbecilidades juntas abrindo alas para os cavaleiros do apocalipse!


Uma Resposta para “Jeremias Macário: Os Cavaleiros do Apocalipse no tempo da cegueira e da insensatez”

  1. josenita domingues

    Parabéns Jeremias, concordo inteiramente contigo.Dá até vergonha de sermos brasileiros, ao vermos tanta imbecilidade dessa gente ignorante, chega ser triste.Que pena …

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