Jorge Maia: O nosso Centro Histórico

Foto: BLOG DO ANDERSON

Jorge Maia | Professor e Advogado | maiajorge@yahoo.com.br

Toda cidade tem o seu centro histórico. O seu significado pode ter repercussão nacional, regional ou local. Às vezes o seu significado é apenas representativo de lembranças de um tempo muito particularizado quanto ao modo de vida ou costumes de uma cidade e tem significado de forma muito pontual.  >>>>>

Nós temos o nosso centro histórico. Em nossa modesta concepção, e observando na condição de cidadão comum, o nosso centro histórico está localizado a partir do antigo Ginásio Padre Palmeira, Solar dos Fonseca e segue pela Rua dos Fonseca, Rua dos Andrades, Praça Tancredo Neves, Jardim das Borboletas para os mais idosos, e vai até o Banco do Brasil na Praça Barão do Rio Branco.

O Núcleo do centro histórico está na atual Praça Tancredo Neves, onde está a Catedral. Ali encontramos a arquitetura bem representativa da época e mantida intacta, em sua maior parte, até o início dos anos oitenta. Casarões antigos e imponentes que anunciam ser o centro da cidade e a condição financeira daqueles que ali residiam.

Ainda menino, caminhei pelos passeios daquelas casas no percurso que fazia nas idas e vindas para a minha casa, no Alto Maron, e conhecia cada uma delas e sempre as contemplava admirado e pensava nos segredos que elas guardavam de um período que já fora embora e do qual não há registros satisfatórios.

Dentre aqueles casarões dois se destacavam: a casa de dona “Zaza”, que é aquele imóvel situado abaixo do banco do nordeste e quase em frente ao banco do Brasil, um imóvel com uma faixada linda e que possui significado histórico para a nossa cidade. Outro imóvel que se destacava, mas agora é apenas memória, era situado onde hoje é o banco do Brasil. Era o Hotel Conquista. Um prédio enorme, verdadeiramente imponente, cruelmente demolido para dar lugar à construção do banco.

O conquista Center, para ser erguido, levou mais uns dois imóveis antigos e deixou saudades para tanta gente acostumada àquela paisagem de cidade antiga, provinciana e tão cara ao nosso dia a dia, pois estávamos acostumados com as suas presenças.

Tenho conhecimento do tombamento da Casa de dona “Zaza”, da casa onde funciona o museu da Uesb, mas não sei se tombadas as casa onde funcionam o Memorial Regis Pacheco, próximo a Catedral, o solar dos Fonseca e mesmo o prédio onde funciona a sede da Prefeitura, que embora todos de propriedade do município precisam do devido tombamento, pois constituem o núcleo do nosso centro histórico. Não sei de outros tombamentos. Ainda sobraram alguns imóveis na referida região que precisam ser preservados. O Poder Público precisa tomar as precauções necessárias, sob pena de em breve, o nosso centro histórico não mais existir. VC011018


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