Academia do Papo: Comentário sobre um artigo do economista Paulo Nogueira Batista

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Paulo Fernando de Oliveira Pires | Professor | paulopires@uesb.edu.br

O renomado economista brasileiro, Paulo Nogueira Batista Junior, cujo currículo faz inveja aos mais doutos companheiros de formação, diz em belo artigo que entre os males que acometem os Economistas consta aquele de obedecer a certos critérios que a Moral abomina. No caso, para ser bem objetivo, doutor Paulo menciona os Economistas Bufunfeiros. … Bufunfeiros? O que é isso? São aqueles que são (ou foram) doutrinados pela Escola de Chicago (monetaristas) e que depois de formados, retornaram aos seus Países de Origens totalmente doutrinados, ou melhor, catequizados para disseminar a cultura capitalista que tão bem faz aos Estados Unidos da América. >>>>>>

Em seu artigo, Dialética do Subdesenvolvimento, o renomado economista (FMI, BRICS, ONU) faz alerta muito importante sobre a atuação dos Economistas doutrinados pela Escola de Chicago. Esses economistas vêm com tudo para cima dos seus Países e o resultado é um argumentação vergonhosa para justificar a entrega do Patrimônio Público e Social para as Grandes Potências e os Grandes Investidores, que recebem de mão beijada (na bacia das almas) o patrimônio dos países periféricos sem o menor esforço (como ocorria outrora, na época das invasões militares).

Para exemplificar, Nogueira Batista escreve o seguinte: Considere, por exemplo, a política externa do governo atual. O vexame é completo, quase inacreditável. Se fosse o caso de resumi-la em uma frase apenas, diria que se trata de uma tentativa canhestra, mais do que canhestra: grotesca, de enquadrar o país no quintal do grande irmão do Norte. Não há nenhuma razão aparente para empreender tal tentativa. Nada nos obriga à submissão, a abdicar da nossa autonomia e até do mínimo de dignidade que deve reger o comportamento de qualquer governo, particularmente em países de porte continental como o Brasil. Tudo se passa, entretanto, como se tivéssemos perdido uma guerra e o país estivesse agora entregue a prepostos de forças estrangeiras – prepostos medíocres e subservientes.”

Essa observação é incontestável. Estamos nos sentindo um país entregue aos ditames de Washington e a Casa Branca está deve estar super contente por ver que seu orçamento para o DHS (com apoio da NSA, OCDE e outros organismos de Países Hegemônicos) tem um custo benefício prá lá de vantajoso. O retorno é super vantajoso. Só da Petrobrás os gringos conseguiram recuperar 14 bilhões, deixando nossa Companhia com um rombo muito superior ao que conseguiu recuperar dos ladrões que roubavam nossa Petrolífera desde a década de 1970.

No terceiro parágrafo do seu importante artigo, doutor Paulo Nogueira Batista escreve:  “Nunca foi tão verdadeira a observação de que o brasileiro não está à altura do Brasil. Os americanos não queriam, é certo, um Brasil independente, com voz própria. Mas não imaginavam que pudessem obter sem grande esforço uma rendição tão completa e vergonhosa. A verdade é que esse imenso país sul-americano está sendo entregue de mão beijada.”

Os Estados Unidos descobriram que além de manipular as bolsas do Planeta, uma fórmula para  ganhar muito dinheiro sem precisar invadir nenhum País (cujo custo bélico é muito alto e moralmente inaceitável) seria convocar as Potências Hegemônicas e todos os seus organismos, para que pudessem assinar protocolos de combate à Corrupção… Ora, ora.  Combater Corrupção (tentar reduzi-la ao mínimo) é  o sonho da Humanidade desde as mais remotas épocas. Quem não quer extinguir a Corrupção?

O Brasil foi partícipe desses protocolos e daí pra frente, os Estados Unidos fizeram uma arquitetura de Golpe para destruir um Governo Democraticamente eleito, sob argumentos ridículos de que havíamos mergulhado em um processo de Corrupção insuportável, como se nosso histórico fosse de um passado limpo, sem nenhuma mácula. O que se deu (e estamos vendo isso com mágoas) é essa realidade. O fato é que o Combate a  Corrupção proposto pelas Grandes Potências não passa de um Esquema Ardiloso onde só quem ganha são os Poderosos no Concerto das Nações. Quanto ao nosso histórico, não custa lembrar Rui Barbosa em discurso proferido no Senado Brasileiro em dezembro de 1914: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” A Corrupção no Brasil é Velha e para piorar o que tem aparecido de Velhaco dizendo que vai acabar com ela, é uma grandeza….. Até a próxima e aquele abraço

 

 

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