
No verão de 1996, o empresário Marcos Fenício Dias era um naturalista recém-formado em agronomia que vivia na pindaíba. Hoje, aos 49 anos é dono de uma empresa que fatura R$ 32,6 milhões ao ano e que está entre as 100 pequenas e médias empresas do Brasil que mais cresceram entre 2014 e 2016, segundo pesquisa da consultoria Delloite divulgada este mês. É Vitória da Conquista, Sudoeste da Bahia, que vem o exemplo para outros empresários, a Alimentos Tia Sônia é uma das cinco representantes baianas no ranking, junto com a GertecBrasil, do segmento de máquinas, equipamentos e ferramenta – a construtora MA Almeida, a CiberianTI e a Morais de Castro Produtos Químicos. Com o pouco dinheiro que Marcos ganhava investia em alimentos saudáveis e algumas poucas viagens. Numa delas, para Machu Picchu, no Peru, recebeu de presente da mãe Sônia Maria Lopes Dias 6 kg de granola caseira – alimento que há décadas é consumido tradicionalmente pela família, de origem portuguesa.
A granola tinha aveia, castanha de caju, tapioca, melaço de cana, gergelim, manteiga, uva-passa, coco e amendoim. Sem ter como levar sozinho a quantidade do lanche materno, Marcos dividiu com os amigos, que na volta da viagem, o incentivaram a produzir fazer a granola para venda. “Peguei R$ 40 emprestado da minha mãe e comprei os produtos da granola. Na cozinha da casa dela, fiz pacotinhos de 200 gramas e vendi tudo em uma semana, e as pessoas querendo mais. Daí em diante, passei a procurar mercados e aperfeiçoar o produto”, conta Marcos, que logo no início retirou o amendoim da receita. A cozinha de casa serviu como fábrica nos primeiros meses. Mas ficou apertada. Mãe e filho passaram então a produzir a granola na garagem com a ajuda de mais dois funcionários, um deles Wagner Amorim, 36, hoje o responsável pela manutenção das cerca de 130 máquinas da empresa, que desde 1999 está no Loteamento Jardim Guanabara.
O terreno de 900 metros quadrados iniciais logo foi ampliado para 4.000 metros quadrados em 2002. “Mas já está pequeno, nem conseguimos mais respirar direito. Por isso, estamos já planejando a nossa mudança para outro espaço bem maior e com capacidade para triplicar a produção”, disse Marcos, que preferiu segredo sobre a produção da empresa, onde trabalham cerca de 120 pessoas. O destino é um terreno no Distrito Industrial dos Imborés, onde inicialmente será possível aumentar em 30% a produção da granola que atualmente está em mais de 5.000 pontos de venda do Nordeste, presente em mercados de todas as capitais da região. O alimento é composta por flocos de aveia, rapadura, coco, tapioca, uva-passa, castanha de caju, gérmen de trigo, melaço de cana, manteiga, gergelim e sal marinho. Leia a reportagem do Correio.