Jorge Maia
Foi no tec, tec, tec da minha Olivetti que nas madrugadas frias e longas do ano de 1977 que eu iniciei a datilografar os meus primeiros arrazoados jurídicos. Eram peças simples, na maioria voltada para o serviço de assistência judiciária gratuita, defendendo gente simples do povo. O silencio das madrugadas era quebrado pelo tec, tec, tec, tec da minha Olivetti Studio 45. Não havia sonoridade que pudéssemos chamar de ritmo. Era um som sem aquela musicalidade imperativa dos bons datilógrafos. Não cursei a escola de datilografia de Dona Dora, famosa professora de datilografia, cuja sede era na Rua Monsenhor Olímpio e a diplomação era realizada solenemente na sede da Maçonaria na Av. Lauro de Freitas. Era uma formatura!