Foto: Arquivo familiar
Por Karine Carvalho
Eu aceito Deus que levaste meu painho, meu “veizinho”, meu amor, levaste parte de minha alegria, da minha companhia e do amigo que me fazia sorrir e não chorar por maior que fosse o sofrimento ou dificuldade…. Eu aceito Deus, conviver com essa dor que me consome todos os minutos dos meus dias e que me faz pensar que foi pouco o tempo que ele passou ao meu lado, por maiores os momentos que tivemos de riso e também de choro. Eu aceito ligar pra minha casa e ele não mais atender o fone, aceito sentar à mesa sem ele e perder a fome. Aceito ter de apagar o número e o “nominho” dele da agenda do meu celular, por maior que seja a vontade de ouví-lo. Aceito , arrumar as sacolas com as suas roupas e remédios e doar para quem precisa. Aceito, aceito, acordar no meio da noite ainda com sua voz no meu subconsciente, chamando: Ká? E eu logo correr da cama pra dá mais um analgésico e ainda sonolenta eu hoje páro e penso: acabou, não preciso mais dormir assim, acordando toda hora, porque tudo já passou…. Meu pai não sente mais dor, por isso eu aceito Senhor a tua vontade.