Por Marcelo Lopes
O historiador e crítico, Paulo Emílio Sales Gomes, observava em seu livro “Cinema: trajetória no subdesenvolvimento”, que a sétima arte no Brasil teve suas primeiras vivências ligadas às iniciativas de gringos, principalmente italianos, porque, segundo se dizia no país, se qualquer coisa era muito complicada deveria ser da conta de estrangeiros, se era muito braçal ficaria a cargo de negros e outras pessoas de menos polidez. Outros tantos aspectos da história de formação do povo brasileiro e sua herança ibérica destacam o que nos foi legado: a pouca capacidade de planejar a médio e longo prazo uma vida prática para o bem comum; uma supervalorização do que nos é externo em proporcional desvalorização ao que é nosso e original; e, principalmente, uma inabilidade de separar interesses privados daquilo que é de interesse público, como bem analisou o pensador Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil.