Não existe nada mais na moda que a originalidade. Isso tem vínculo direto com o reconhecimento e a valorização da identidade de qualquer manifestação concreta, seja de uma personalidade ou de um povo. E por isso fico aqui pensando com meus botões (na verdade, fico coçando a barba) em que medida se pesam iniciativas “legítimas” como as que hoje querem trazer de volta a micareta a Vitória da Conquista.
Vejamos: entre as décadas de 1980 e 1990 a micareta surgiu no Brasil como um fenômeno que criava alternativas para que cidades do interior pudessem ter em suas festas de rua artistas festivos conhecidos do grande público e que, de outra forma, não achavam economicamente interessante deixar os grandes centros durante o carnaval para pautarem shows em municípios menores. Daí, o carnaval fora de época: a oportunidade de movimentar um mercado doze meses por ano em todo lugar do país, girando recursos em todos os setores das economias locais. Uma ideia interessantíssima enquanto durou, mas uma febre, que como toda febre que não passa, mata ou sequela.