Por Waldenor Pereira
A relativa proximidade das eleições municipais gerais de outubro estimula a reflexão sobre o funcionamento do Estado democrático de direito que estamos construindo no Brasil, sobre seus méritos e suas insuficiências, particularmente no que diz respeito à lisura da representação política e ao correto funcionamento da máquina pública. A consolidação do Estado democrático sempre esteve no centro das preocupações do PT e é, rigorosamente falando, uma das principais razões de existirmos como partido. Meus correligionários e eu nunca devemos esquecer disso. O primeiro desafio que enfrentamos é o de encontrar o meio termo que nos permita valorizar o que já alcançamos em termos de avanço institucional sem que isso nos leve a subestimar o muito que ainda nos resta fazer. O certo, contudo, é que, apesar de todos os avanços, pouco a pouco volta a se disseminar pela sociedade o sentimento de que a esfera política não funciona à altura do que nossos concidadãos anseiam e merecem. Certamente uma parcela desse sentimento advém de setores sociais que perderam privilégios com o aprofundamento da democracia e o fortalecimento das demandas populares. Mas seria um sério erro descaracterizar, por conta disso, a preocupação ética legítima que se espalha pelo país.