
Por Alberto Marlon
Um breve relato e algumas considerações. Em 2004, um grupo de estudantes, com apoio indireto de alguns professores, reuniram-se em um local fora da universidade. A pauta era: assistência estudantil, especificamente a carência de uma residência universitária no campus da Uesb de Vitória da Conquista. Deliberou-se pela ocupação de um módulo inacabado. Tal construção destinava-se às instalações da rádio e TV Uesb. Seguiram-se outras reuniões – em segredo – e, no dia combinado, uma verdadeira tropa, armada de barracas, colchonetes e comida, desembarcaram na Uesb e se instalaram no prédio abandonado. A partir daí a mobilização era diária, com assembléias dentro do campus, almoço coletivo na sala da reitoria, panfletagem e visitas às salas de aula. Os dias se passaram e houve reações, especificamente por parte do pessoal administrativo e de uma parcela da comunidade discente. A oposição ao movimento publicou panfletos – alguns de cunho preconceituoso e sensacionalistas -, comentava-se que na ocupação só tinha um bando de desocupados, “putas e maconheiros” segundo os mais incisivos, e houve uma tentativa de desocupação forçada, através de seguranças da Uesb, do módulo onde estavam acampados os estudantes. Descobriu-se até um “espião”, a serviço da oposição, morando entre os ocupantes.