
Por Edvaldo Paulo
Menino de nove anos de idade, ano de 1964. O Brasil vivia o momento do golpe militar. Arrumam suas poucas roupas humildes, simples, todas feitas pela mãe, algumas de ultima hora e se prepara para ir estudar na cidade grande. É forte a curiosidade ao novo, os medos, a apreensão de viver na casa alheia. Lembra de uma pequena viagem, que foram tão poucas na sua vida e se recorda da falta que sentiu da sua casa e do que rodeava esta humilde morada. Só em pensar já começa a sentir saudade do seu cavalo, dos animais de estimação, do jogo de futebol no campinho com os amigos no final da tarde.De joelhos numa cadeira olhava pela janela os campos, as florestas,a pequena e tão querida Veredinha. Duvidas e as palavras do seu pai e sua mãe quanto ao futuro, quanto à estrada que ele tinha que percorrer. Não era fácil despedir do afeto dos seus.
Ao longe vislumbra o veiculo caçamba, que o transportaria para a cidade onde iria estudar. As ultimas recomendações da mãe Nede e do pai Chico.A benção e o abraço apertado, complementado com a voz embargada de Da Nede dizendo: “Deus te abençoe e te guarde meu filho”.As lagrimas corria em seu rosto pequeno,nunca tinha vivido um minuto sequer sem a sua família,sem a liberdade da fazenda, sem a sua casa,sem a sua cama companheira de olhares para o teto, sonhando acordado.