Jeremias Macário: Agora é na base do vale tudo

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Jeremias Macário | Jornalista | [email protected]

O resultado do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já era previsível no meu ponto de vista. A surpresa veio na fala dos ministros que votaram contra a cassação da chapa Dilma-Temer ao reconhecerem que os crimes são graves, exemplo do Gilmar Mendes, mas, diante da situação política, decidiram pela absolvição do réu. Gilmar Mendes disse mais ainda, que o Tribunal não estava ali para decidir sobre cassação. Então pergunto: para quê, então, armaram o circo por quatro dias? Para fazer o povo de bobo da corte e dar um atestado de agora estamos mesmo entrando na fase mais suja do vale tudo na política para se manter na presidência? Qual, então, a função deles ali?  Estamos entrando no nível mais tenebroso, mais macabro e obscuro do túnel, no inferno propriamente dito dos demônios e na última vala dos horrores. As provas apresentadas pelo relator Herman Benjamim foram claras como água cristalina. Deu para se ver, com toda nitidez, todo lodo, todo lamaçal do fundo do poço. Leia o artigo na íntegra.

  Mesmo assim, os quatro magistrados contra preferiram mentir para si mesmos, emporcalhando de vergonha a toga que vestiram no Tribunal do Circo mambembe tupiniquim. Com argumentos torpes e abusando das contradições, o Gilmar Mendes se postou o tempo todo como um político ou advogado de defesa e, em nenhum momento, como um juiz de verdade.

   Entendo que um Tribunal é para julgar e não para fazer conjecturas de que uma decisão contra ou a favor pode comprometer a governabilidade e agravar mais ainda a crise política do país. Não cabe e não compete a um Tribunal resolver isso, mas sim o Congresso e o povo através de eleições diretas. Foi mais um caso mal resolvido, levando mais ainda o Brasil ao precipício.

    Pelo resultado, em nome da crise, criada e arquitetada pelos próprios malfeitores, acoberta-se o crime cometido, o ilícito e a ilegalidade praticada nas eleições de 2014. Então, não resta mais nada, a não ser o vale tudo. O juiz pode, então, soltar o maior criminoso porque a comunidade a qual ele pertence está dividida e, dessa forma, o procedimento evitaria que os ânimos sejam mais acirrados. Cabe ao juiz fazer, unicamente, seu papel.

  Com a falácia da governabilidade, cada um enganou a nação e a si mesmo, escondendo o que está por detrás de tudo isso. Primeiro, eles constrangeram a si mesmos, às suas famílias e, por resto, o povo. Acontece que o malfeito dessa gente não o constrange mais, não o incomoda mais e nem causa remorso na consciência, se é que ainda existe.

  Sobre outro ângulo, convenhamos que o Tribunal votasse a favor da cassação. Neste caso, o mais indicado seria eleição indireta pelo Congresso, cujos “representantes” ou parlamentares, sem moral, iriam nomear um nome que faz parte da mesma cumbuca, com rabos sujos. O país continuaria na tormenta. Mesmo assim, não seria justificativa para o Tribunal Eleitoral aprovar o vale tudo.


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