Viralizou: De Suíça Baiana a Cazaquistão

Foto: Reprodução | YouTube
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Celino Souza | Jornalista | [email protected]

Nas últimas horas Vitória da Conquista, a Suíça Baiana, virou manchete nacional graças a um vídeo que “viralizou” nas redes sociais. Nele, via-se uma mulher – supostamente a mãe – agredindo um recém-nascido. Como rastilho de pólvora, o caso espalhou-se pelos quatro cantos do país, creditando Vitória da Conquista como a cidade do delito aterrorizador. Não faltaram defensores da pena de morte apontado a residência da mulher como sendo no Bairro Brasil. Outros, mais afoitos, juravam até pela própria mãe que a mulher era do Alto Maron. >>>>>>

Nesse rol de “justiceiros”, surgiram até formadores de opinião, autointitulados jornalistas e alguns blogueiros. Foi um horror. Em meio ao choque, natural de qualquer ser humano e o desejo de descobrir a exata localização da gravação, perdi incontáveis minutos tentando conter a ira dos justiceiros em grupos de whatsapp.

Acredito que pude evitar mortes, linchamentos, invasão de residência diante de qualquer choro de criança, etc. Ainda bem que não foi em vão.

Ora, o vídeo da suposta mãe agredindo um bebê foi no Cazaquistão. A distância em quilômetros entre Brasil e Cazaquistão é de 13,395 km

Fui em busca de mais informações. Segundo o jornal inglês “Daily Mirror”, a mulher é Aygul Kozhabaevna, mãe do bebê, e a gravação foi feita no Cazaquistão, na cidade de Almaty.

A imprensa local reportou que o vídeo foi gravado por uma menina de 8 anos que testemunhou a ação. A mulher estava com o bebê na casa de um amigo quando a criança fez a gravação, denunciando a violência. Em 57 segundos de vídeo a mulher bate 42 vezes na cabeça do bebê, que chora sem parar.

O vídeo chocante foi publicado no YouTube e acredita-se que tenha sido gravado em agosto deste ano. A polícia investiga o caso. Aygul Kozhabaevna é uma migrante do Uzbequistão que viajou para Almaty em busca de um futuro melhor.

Apesar de tamanha brutalidade, da estupidez humana e do sensacionalismo de muitos, felizmente o Cazaquistão não é aqui.

Celino Souza, jornalista e concursado federal.


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