Cuidado com pessoas que ‘dizem as verdades’

Por Paulo Pires

Diante dos últimos acontecimentos, é imperioso dizer em curtas palavras que devemos tomar muito cuidado com pessoas que se arvoram ou afirmam  que só  ”dizem verdades”. Caifás, aquele sumo sacerdote, com medo do prestígio e das ações positivas realizadas por Jesus Cristo junto aos pobres, excluídos, prostitutas, leprosos, mendigos e outros, danou a falar mal do Nazareno como forma de diminuir do filho de Deus. E daí, em nossa tradição cristã tomamos conhecimento de como se produzem boatos. Mas esse Caifás, que se auto intitulava e se proclamava como detentor da Verdade, fazia aquilo tudo – hoje sabemos com muita clareza – por temor a perda de poder que seus ensinamentos hipócritas traduziam. Quando ele [Caifás] tomou conhecimento das maravilhas que Jesus operava, não teve outra alternativa senão aquela que seu caráter invejoso apontava: Criou um monte de boatos, fofocas e mentiras  para desestabilizar o poder e o prestígio do filho de Deus.

A história diz que naquele momento ele se deu bem. Mas hoje, com a memória mais atenta ao que seja um fato verdadeiro (no sentido do real) a sociedade sabe, com bom  senso de percepção quem está ou não sendo real, verdadeiro para ela.

Naquela Alemanha de 1933 um sujeito chamado Hitler chamou para si com incrível dissimulação e auto-determinação de só  de “falar a verdade” e o resultado todo mundo sabe no que deu.

Essa semana, durante a greve da PM, Dona Dió nossa matriarca no ramo do Aracajé disse que passou por um sufoco danado. Estava ela em seu tabuleiro quando de repente foi surpreendida por um grito de que “estava vindo em sua direção um arrastão”.

O que fez a respeitável senhora?

Do alto dos seus mais de setenta anos, ofegante, correu até uma empresa próxima e pediu que lhe abrissem a porta. Foi atendida e depois desse susto, percebeu que tudo aquilo não passara de um boato feito por um sujeito cretino.

Naquele momento dona Dió compreendeu que a “verdade”  e o boato andam juntos (sempre acompanhados da fofoca) e é necessário muita cautela e análise da realidade para separar uma coisa da outra.

Portanto, antes de descobrimos  a verdade e   o boato, devemos procurar identificar  a quem interessa a notícia. Quem deu a noticia? A favor ou contra quem? Merece credibilidade a notícia dada por  pessoa que é declarada inimiga e quer destruir   outra por todos os meios?

De onde vem a verdade? Qual a relação da verdade com a realidade? Quem pode se auto-proclamar detentor da verdade? As pessoas são sérias e sinceras suficientemente para poder jogar pedras nas outras?

Quem nunca pecou ou errou, que jogue a primeira pedra.

Depois dos episódios que em curtos momentos provocaram alvoroço nas ruas centrais de nossa cidade, fica uma lição: Há uma enorme distância entre verdade e realidade. O resto, como disse um grande homem, é boato.

 


Os comentários estão fechados.