Uma imensa nuvem negra paira no ar neste País. Uma, não, muitas! E, em meio a tanta perplexidade, a população começa a se manifestar e encarar esse clima pesado. Se dependesse de São Paulo a maioridade penal, que atualmente é de 18 anos, já teria sido reduzida para 16. A sociedade cansou. A defesa dos direitos juvenis se transformou num zelo protecionista ao extremo. E não é apenas isso. Se a criminalidade está diretamente ligada à falta de oportunidade, à miséria e às desigualdades sociais, como defendem alguns especialistas, então como explicar que, no Brasil, nos últimos 12 anos, a pobreza foi reduzida e a criminalidade aumentou significamente? Uma correlação não condizente com a realidade. Parece argumento utópico, ultrapassado, sem fundamento. Pobreza não é sinônimo de desonestidade, tampouco de delinquência.
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Nossos jovens conquistaram direitos jamais vistos, mas, infelizmente, são tratados como crianças, mesmo quando cometem crimes hediondos. Agora, dominada por compreensível revolta, a sociedade se mobiliza a favor da redução da maioridade penal e pressiona os Poderes da República para que os infratores recebam penas mais duras e paguem por seus erros.
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O debate sobre a redução penal frequentemente dominado por interesses políticos e ideológicos, depois da morte do universitário Vitor Deppman, 19 anos, assassinado, durante o roubo de um celular, foi intensificado. O criminoso faltava apenas três dias para completar 18 anos. “Será que esse menor ao atirar friamente na cabeça do universitário não tinha consciência do que estava fazendo? Chega de complacência, tratar assassinos juvenis como uma quimera”. Esta e outras frases estampavam os cartazes chamando a atenção da população na Avenida Paulista, semana passada.
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Ah, já ia me esquecendo, na quinta feira, 25/04, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, 04 bandidos atearam fogo na dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, dentro do próprio consultório, somente porque em sua conta bancária os bandidos encontraram apenas R$ 30 reais. O mais agravante disso tudo é que, dentre os suspeitos, a crueldade recai justamente sobre um adolescente de 17 anos. A mãe do rapaz deu depoimento e reconheceu o filho nas imagens de segurança em poder da Polícia Civil.
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Os que defendem a legislação penal atual e que não admitem, de forma alguma, alterar ou enfrentar o debate para propor mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – normas estas aprovadas desde 1990 para proteger a infância, elogiada internacionalmente como sendo uma das legislações mais modernas do mundo – nos alertam que não se deve legislar sob a influência da comoção provocada por atos bárbaros. O problema é polêmico e muito mais complexo do que se imagina, e não existem soluções imediatas ou milagrosas. Claro, ninguém discorda disso, porém a emoção conduzida pela racionalidade nunca deixou de produzir significativos resultados.
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O que não pode continuar é essa vergonha nacional. O povo está tão acostumado com a violência que só desperta mesmo para o assunto quando alguém é brutalmente assassinado. Quando isso acontece, volta-se a discutir a possibilidade de mandar para detrás das grades criminosos perigosos, independente da idade. Não é vingança. É fazer justiça. “Os presídios vão ficar ainda mais abarrotados”, reclamam alguns. Não é bem assim. Segundo recente pesquisa do Instituto Datafolha, o número de menores que cometeram crimes e foram presos em São Paulo, por exemplo, corresponde a 0,9% dos infratores da Fundação Casa. Portanto, uma parcela pequena que precisa ser banida do convívio social. São muito mais violentos que os adultos. Roubam, estupram e matam sem piedade. Na mesma pesquisa, mais de 82% dos brasileiros aprovam a ideia da redução. Será que as estatísticas estão erradas?
Sinceramente imagino que apenas a privação da liberdade, com a simples alteração da lei não vai resolver o problema. Mas, pelo menos, vai inibir e fazer com que o jovem pense nas consequências antes de cometer o delito. Por outro lado, compete ao Estado responder à altura, ou melhor: investir firmemente na recuperação e no resgate social. Mesmo porque é ‘politicamente correto’ falar em ‘direitos humanos’, em ‘excluídos sociais’, em ‘vítimas do sistema capitalista’, etc. Todavia é difícil para os familiares aceitar passivamente a perda de um ente querido somente porque teve a infelicidade de deparar com um menor bandido. Os brasileiros não aceitam mais conviver com essa delinquência alucinada, ou com a sensação de que a impunidade prevaleça.
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7 Respostas para “Sensação de impunidade”
katia prates
Amigo, acho válido seu dom provocativo! Até eu q ñ escrevo nadinha, tô aqui dando pitaco. Acredito q é a sociedade é quem faz seus “bandidos”. Nesse país impune onde as pessoas ainda hj sem cultura, e de uma crescente ausência familiar. Temos uma sociedade, dita cristã,…,…!!!! e, etc, q debate colocar um jovem de dezesseis anos nesses presidios q estão ai pelo país. O N. Gonçalves, nosso exemplo de casa. Vamos esperar o q desse jovem maior ou menor de idade? Na pratica, alterar ou criar leis ñ tem feito mudanças sociais.
Cumprir leis de forma igual para todos,e reavaliar valores. Falta agora e sempre.
Att.
K.
JANIO ARAPIRANGA
É isso ai amigo, concordo contigo.
Abração.
Rube Silva
Dá-lhe duro Zica. Essa de menor idade é coisa pra boi dormir,haja vista que a Inglaterra que é considerada uma sociedade conservadora, a maior idade lá é de 12 anos e tem mais, quando o criminoso tem menos idade ele é levado para abrigo de menores aguardando completar os 12 anos para, então, cumprir a pena.
aldinei
Concordo.
altamir alves
MAIORIDADE PENAL
É TÃO TRISTE VER UM MUNDO DE DESGRAÇA
NESSE BRASIL, COM TODA ESSA IMPUNIDADE
PRA DAR SEU VOTO, O MENOR JÁ TEM IDADE
SEM PUNIÇÃO, ELE DOMINA TODA A PRAÇA
MATANDO GENTE E PRATICANDO ARRUAÇA
É PRESO UM DIA,NO OUTRO MANDA SOLTAR
BEM DESSA FORMA, VÊ-SE O CRIME AUMENTAR
OS DEPUTADOS, DEIXAM TUDO ACONTECER
E ESSE CONGRESSO, TEM PENA DE PRENDER
QUEM NÃO TEM, NENHUMA PENA DE MATAR
CRIMES HORRÍVEIS, ELES ESTÃO A COMETER
TAMBÉM USADOS, POR BANDIDOS DE MAIOR
QUE UTILIZAM, UM BANDIDINHO DE MENOR
E FORJA ASSIM, O IMPEDIMENTO DE PRENDER
POBRE JUSTIÇA, NADA TEM O QUE FAZER
QUE O CONGRESSO, FAÇA LEI PRA NÃO SOLTAR
DEZESSEIS ANOS, BOA IDADE À CONDENAR
É O CLAMOR,DE ALGUÉM CANSADO DE SOFRER
E ESSE CONGRESSO, TEM PENA DE PRENDER
QUEM NÃO TEM, NENHUMA PENA DE MATAR
TANTA MATANÇA, COM MOTIVOS DIFERENTES
MATAM NO TRÂNSITO E TAMBÉM PARA ROUBAR
CRIME DE MANDO, MOTIVANDO ACOBERTAR
BANDIDOS VELHOS QUE DOS NOVOS SÃO CLIENTES
TIRANDO A VIDA, DE PESSOAS INOCENTES
E ESSA JUSTIÇA, NÃO CONSEGUE EXPLICAR
ALGUMA COISA, DE URGÊNCIA A CONSERTAR
PRA QUE ASSIM O POVO POSSA, BEM VIVER
E ESSE CONGRESSO, TEM PENA DE PRENDER
QUEM NÃO TEM, NENHUMA PENA DE MATAR
AUTOR: ALTAMIR
Dalvadísio
A veia poética de Altamir, como sempre brilhante, deu ao artigo de Eziquiel o retrato desse nosso brasil preso e atolado na hipocrisia do politicamente correto enquanto o povo vive enjaulado e amedrontado dentro de casa.
Lucia sena
Gostei bastante das suas colocações, mostrou que o governador de São Paulo está correto, o ECA precisa ser mais duro. Esses menores que praticam crimes graves deveriam ser julgados pelo CPP, cumprindo pena até a maioridade numa unidade prisional para menores,depois o restante da pena no sistema penitenciário. Vamos aguardar as modificações.
Parabens! o seu texto é bem esclarecedor.
Saudações.