Opinião: A Copa que o Brasil perdeu sem nem entrar em campo

Micael Batista Silveira

Como não sou tão assíduo em Futebol, nem entrarei no mérito da Seleção Brasileira em vencer a Copa do Mundo em 2014. Muito embora pensando que ela esteja apta a levantar a taça na final deste mundial, penso com os meus botões que o pais já perdeu desde o início com  essa gastança com o dinheiro público. Conseguiram tirar o brilho até do que o brasileiro mais gosta: O Futebol. Mancharam de vermelho o brilho do verde e amarelo.

Um dia me perguntaram o que eu achava sobre o pais sediar esse mundial e de imediato respondi: Uma furada. E então voltaram a me perguntar o porque então de diversos políticos e lideranças ligadas ao Futebol esforçarem-se tanto para que o pais pudesse sediar a copa e posteriormente se empenharem tanto para que a copa fosse um sucesso.

E então eu pedi calma! Calma porque eu não sei te responder com tanta precisão estas perguntas e nem muito menos tenho lastro suficiente para dar um parecer sobre tudo isso mas, se quiser saber o que eu penso vamos la. E então fomos.

Em suma, para o governo, sediar uma copa do mundo significa projeção do pais na comunidade internacional e da figura máxima do poder que é a presidente. Balela! Tanto dinheiro circulando em obras que ultrapassaram as expectativas de gastos, contratações sem licitações devido ao estado de emergência das obras atrasadas, cargos, viagens, ano eleitoral e muitos outros fatores precisam ser observados quando se tenta entender o porque, de tanto quererem, sediar essa copa. Então pense consigo mesmo sobre cada tópico desses.

Considero-me um patriota, mas não somente aquele patriota que surge de 4 em 4 anos em época de copa, que veste a camisa do Brasil e até chora de emoção. E por isso então vem minha indignação sobre tudo. Não é de hoje que venho acompanhando os fatos e discutindo os prós e os contras.

Fico só querendo saber o que virá depois que a copa acabar. E se o Brasil perder e não chegar à final? As obras de mobilidades não chegaram nem na metade conforme previsto, as cidades vivem extasiadas com um trânsito insuportável, violência exagerada, nem sequer a telefonia móvel funciona direito. Os serviços públicos deixam a desejar quando o assunto é eficiência.

De que adianta fazer uma copa onde só quem tem um poder aquisitivo significativo pode ir ao estádio, de que adianta esconder a pobreza e a imundice das cidades traçando rotas que passam apenas por onde foi “maquiado” para os turistas terem uma boa impressão do pais?

De que adianta tantos gastos custeados pelos brasileiros, se estes benefícios serão irrisórios dado as cifras investidas?

A realização de uma Copa do Mundo não garante crescimento econômico ao país que a recebe. Isso significa que os bilhões de dólares investidos pelo poder público nem sempre voltam para a sociedade. Essas são as conclusões de estudos internacionais sobre o impacto dos últimos mundiais de futebol.

Por outro lado, o mundial tem garantido retorno financeiro para a Fifa e seus patrocinadores. Isenta de pagar R$ 1 bilhão em impostos, a Fifa garante lucro recorde nesta Copa de 2014.

Como se sentir feliz e confortável com uma situação dessas? É lamentável e não há mais sentimento de competitividade como em outros mundiais. Não vejo inspiração para vibrar, para comprar uma camisa oficial da seleção e nem muito menos assistir aos jogos.

Só de saber que ao redor da maioria dos estádios estão favelas carentes de saúde, segurança e de uma maior assistência do poder público. Só de saber que a mobilidade urbana tem piorado cada vez mais linearmente proporcional aos transportes públicos e que os governos ainda são capazes de gastar milhões em propagandas para “animar” a população. Tudo isso me dá é nojo.

Nada contra o futebol mas, agora o assunto é mais importante, o assunto é o Brasil. A única esperança que me resta é saber que não sou o único que pensa por essa linha, as redes sociais me transparece isso. Até Ronaldo Fenômeno, membro do comitê organizador, já deixou claro a sua posição nesse sentido.

Cabe agora aguardar e saber o que acontecerá quando toda essa “farra” acabar. Só espero que os turistas que virão, não cheguem aqui achando que é o pais das bundas e do futebol. Aqui tem mais que isso – tem riquezas e tem pobreza. Tomara


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