Taberna da História: Tempestade de 1969

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Luís Fernandes | Taberna da História

No dia 16 de outubro de 1969 Vitória da Conquista foi surpreendida por uma forte chuva, que começou às 15h40 e terminou depois de 2 horas, causando estragos e danos materiais de mais de Cr$ 2 milhões (meda corrente na época). As ruas centrais transformaram-se em caudalosos rios em poucos instantes, em consequência das fortes enxurradas. As praças da Bandeira e Nove de Novembro, juntamente com as ruas Ernesto Dantas e Monsenhor Olímpio se uniram pelas impetuosas águas, que invadiram casas comerciais e residências (na época havia muitas no centro da cidade). Na Rua Santos Dumont as casas do lado direito de quem sobem foram atingidas, pelos fundos, pelas enxurradas, vindas da Rio-Bahia.

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O “Parque de Diversões Sul americano”, de propriedade do Sr. Catarino Ribeiro, armado perto da Santa Casa, ficou quase totalmente destruído, tendo um tufão arrancado a roda-gigante de oito toneladas do chão, ficando imprestável, levando o dono do parque a um prejuízo calculado em torno de Cr$ 50 mil (vultosa quantia para a época). Leia na íntegra a história de Vitória da Conquista.

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Na Travessa dos Artistas a “Sapataria São Valentim” foi a mais castigada pelas águas, acontecendo o mesmo com a casa comercial do Sr. Agenor Liberal Batista. Na Rua monsenhor Olímpio as enxurradas penetraram nos seguintes estabelecimentos comerciais: “Padaria Esperança” (levando mercadorias, móveis e um cofre), “Casa dos Esportes”, “Armarinho Suffi”, “Casa Fé em Deus”, “Armarinho O Ciclame”, “Casa de Ferragens de Carlos Simões” e a “Casa da Fortuna”. Dois carros da marca Volkswagen, que estavam estacionados perto da “Padaria Esperança”, foram arrastados pelas águas até à Avenida Lauro de Freitas. Outros armarinhos foram invadidos pelas águas: “Irmãos Brandão”, “Tupi” e “Ipiranga”.

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Na Avenida Lauro de Freitas as águas formaram um lago e penetraram na “Barbearia Boneca”, no “Salão Marrocos”, no “Bar Raco” e na “Alfaiataria de Djalma Araújo”. Na Rua Francisco Santos, transformada em um rio por algumas horas, as águas entraram no prédio da antiga Cia. Telefônica (hoje prédio da Silva Calçados), na loja “Sinfonia Móveis” e no Banco Português (hoje Itaú).

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Na Praça Nove de Novembro um carro estacionado em frente ao Banco Comercial e Industrial de Minas Gerais (depois Banco Nacional e hoje Nova Loja) ficou submerso. As águas invadiram também a “Farmácia Lia”, a joalheria “Rubilan Joias” e as lojas “Casa dos Calçados” e “Riana Modas”. As enxurradas que desciam pela Rua Ernesto Dantas entram violentamente, pelo fundo, no “Armarinho Aracy”.

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Os fortes ventos arrancaram o telhado do Centro Integrado de Educação Navarro de Brito (CIENB), ainda não inaugurado. A “Escola Normal” (IEED) também foi danificada, perdendo, por desabamento, o “Grêmio Ruy Barbosa”. No Estádio Lomanto Júnior parte do muro foi derrubada. O bairro Jurema transformou-se num lago e doze casas foram desabadas.


4 Respostas para “Taberna da História: Tempestade de 1969”

  1. José Flavio Mafra de Oliveira

    Parabéns ao blog do Anderson por relembrar fatos, acontecimentos e pessoas que marcaram a História da nossa cidade.
    Sou fã da Taberna da História. Sempre acesso sua página.
    Sou fã também da coluna deste blog “Conquista era assim antigamente”. abraços a todos.

  2. maria de lourdes dos santos

    SÓ tinha 8 anos de idade, mas me lembro como como se fosse hoje, eu estava brincando com minha amiga derrepente começou tudo minha mae saiu desesperada para mim buscar eu já vinha, a enxurrada levou minha sandalia havaiana novinha chorei pq eramos muito pobres e não podia comprar outra chegando em casa a vizinha estava lá sozinha entrou pela porta da cozinha estava morrendo de chorar, estava gravida e ficou com medo de ficar só hoje com quase 54 anos me lembro de tudo, meu pai estava trabalhando na época no antigo ceminário do bispo hoje FTC o vento levou quase todo o telhado de lá como tamb da sacramentinas e do ceminário dos capuchinhos tamb e já se passaram 45 anos como o tempo voa.

  3. morador

    E as mortes que aconteceram na pracinha do Gil foi em que época.

  4. JOAO BATISTA BRAZIL

    TINHA 5 ANOS E AINDA LEMBRO, MORAVA NA 1° DE MAIO ALTO MARON
    TIVEMOS QUE ABANDONAR A CASA DURANTE A TEMPESTADE, PRA MIM ESSA CHUVA FOI PELA MANHA

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