O sole mio,You are my sunshine

Foto: Blog do Anderson
Foto: Blog do Anderson

O desencontro de horário entre a lua e o sol gerou ao longo do tempo: poesia, livros e filmes. Durante muito tempo a lua serviu de inspiração aos poetas, cantores e menestréis. Quando a seresta estava em moda, até  a década de sessenta do século vinte, a lua era figura presente em quase todas as músicas. A lua era a amiga que fazia companhia ao cantor apaixonado, geralmente desprezado. Ela servia de inspiração e muitas vezes era convidada a levar um recado para a amada, para que voltasse ou que nunca esquecesse aquele ser apaixonado. Leia mais uma crônica de Jorge Maia.

O sol ficava em segundo plano nas canções apaixonadas. As transformações sofridas pelo mundo, as modificações dos valores, enfim a vida cambiou juntamente com todas as mudanças. A lua perde a sua influência: a seresta saiu de moda. O universo musical é outro.

A vida sempre esteve associada ao sol, isto nós aprendemos nas primeiras lições de botânica e biologia, mas sem o aspecto poético que aqui tentamos tratar. ” Estrelas mudam de lugar”. A vida é assim, é natural que alguns cedam lugar para que outros continuem a tocar a existência, ainda que seja na arte, em que as transformações são mais rápidas.

O mundo está cheio de poesias em que o sol se desponta como astro de grandeza nas relações amorosas. Outro  dia saciei a minha curiosidade ao observar que duas canções dão um valor maior ao sol e compara os amores de cada um dos poetas ao sol, que representa vida e alegria.

O sole mio, musica do cancioneiro popular italiano, fala de alguém  que significa tanto para o cantor, que é comparado ao sol, e que este, mesmo quando se põe, ainda há luz e calor, pois a amada é o seu sol, um sol mais belo que o outro que se pôs.

Outra canção que trata do mesmo assunto é: You are my sunshine. O poeta pede para que não levem o seu rio de sol, seu único raio de sol. Em ambas as canções o sol aparece como fonte de vida, esperança, bem estar, sobre tudo paz e tônus vital.

Lua e sol cumprem os seus papéis, indiferentes ao que deles nós pensamos. A lua fria e distante, ainda que bela, não dispõe da alegria do sol. Há pessoas assim, frias, distantes e sombrias. Penso que ser o sol de alguém ou ter alguém que seja o seu sol é viver bem, sem precisar sair da via láctea. VC240115

 

 


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