Taberna da História: Heleusa Figueira Câmara, uma linda mulher culta

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Luís Fernandes | Taberna da História do Sertão Baiano

Uma mulher bela é uma dádiva dos deuses. Uma mulher culta é um dom divino. E quando as duas coisas se juntam, então, numa só mulher? Só sendo uma Opus Dei (uma Obra de Deus) feita no capricho. Assim é Heleusa Figueira Câmara, nascida no dia 14 de maio de 1944 em Vitória da Conquista. Poetisa, contista, teatróloga e professora titular da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), além de uma linda mulher.

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Filha do médico Ubaldino Gusmão Figueira e da professora Maria Stella Moraes Figueira, é de formação religiosa protestante (batista), recebeu uma educação familiar muito conservadora. Casou-se em 1963, com o engenheiro civil Almir Querino Câmara e após o nascimento de seus filhos Diana, Mônica, Danilo e Verônica, voltou aos estudos. Em 1974 prestou vestibular para o Curso de Letras, na Faculdade de Formação de Professores de Vitória da Conquista, tendo concluído a licenciatura na Fundação Educacional do Nordeste Mineiro. Em 1981, tornou-se professora da UESB. Especialista em Língua Portuguesa – Redação PUC/MG (1983); Mestre em Ciências Sociais pela PUC/SP (1999); Doutora em Ciências Políticas PUC/SP (2005). Na Uesb chegou a ser Vice-Reitora. Conheça a história de Heleusa Figueira Câmara.

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No município de Vitória da Conquista exerceu as seguintes funções administrativas: Diretora do Educandário Juvêncio Terra; Conselheira Titular do Conselho Municipal de Educação (1992 a 1995); Secretária Municipal de Educação e Cultura (1997 a 2000). Atuação em instituições culturais em Vitória da Conquista: Presidente da Academia Conquistense de Letras (1986 a 1990); 2ª Vice-Presidente do Conselho Regional de Cultura do Sudoeste da Bahia – COREC (1993); Diretora do Museu Regional de Vitória da Conquista – Casa Henriqueta Prates (1995 a 1996). Atuação em instituições sociais em Vitória da Conquista: Presidente do Conselho da Comunidade da Comarca de Vitória da Conquista (1989 a 1996); Coordenadora da Campanha Natal “Para Todos” (dez 1990). Pesquisadora de Práticas Discursivas; produção textual em presídios; escrita autobiográfica e iniciação aos Estudos Literários. Membro do Conselho Consultivo da Revista Verve, do Núcleo de Sociabilidade Libertária da PUC/SP, Programa de Estudos Pós Graduados em Ciências Sociais PUC/SP. Membro do Conselho da Comunidade para Assuntos Penais.

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Publicou livros, além de artigos em revistas científicas e capítulos de livros. Participação em eventos nacionais e internacionais como expositora de pesquisas: SBPC, PROLER, INTERCOM, IAMCR. Membro do Conselho Consultivo da Revista Verve, do Núcleo de Sociabilidade Libertária do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC/SP. Membro da Comissão Técnica de análise de obras de literatura, periódicos, e obras de referência do Programa Nacional Biblioteca da Escola / PNBE do MEC (2003).

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Sempre gostou de ler, e sua infância caracterizou-se por um viver mergulhado na fantasia dada a avidez pelas histórias de Andersen, Grimm e Monteiro Lobato. Adolescente tímida, voltou-se à leitura precoce de autores canônicos: Dickens, Balzac, Zola, Dostoiewski e Wilde. Em 1982 publicaMulheres acorrentadas, livro de contos, prefaciado por Afrânio Coutinho. Em 1991 publica “Quarenta Graus de Outono”, romance, com apresentação de Antônio Carlos Villaça, posfácio de Carlos Nejar, ilustrações de Calasans Neto e lançamento na Fundação Casa de Ruy Barbosa, RJ. Em 1992 recebe o Prêmio Djalma Gomes com o livro “40º Graus de Outono” que obteve o 1º lugar no Concurso Nacional de Literatura da Academia de Letras de Feira de Santana. Em 1986 é encenada sua peça teatral “Cartas na mesa“, sob a direção de Gildásio Leite. Em 1990 é encenada sua peça teatral infantil “Fantasia serrana“, musical dirigido por Gildásio Leite e promovido pelo Conservatório de Música de Vitória da Conquista. De 1997 a 2000 esteve como Secretária Municipal de Educação e Cultura de Vitória da Conquista. Em 2000 obtêm o 1º lugar nas dissertações de Mestrado da PUC/SP defendidas em 1999, tendo como prêmio a publicação do livro Além dos Muros e das Grades; discursos prisionais em 2001. Em 2006 recebeu aMedalha da Ordem do Mérito do Livro, da Leitura e da Biblioteca, conferida pela Fundação Biblioteca Nacional. Membro Titular do Conselho Estadual de Cultura da Bahia.

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Coordenadora do Comitê Proler/UESB de Vitória da Conquista, parte integrante do Programa Nacional de Incentivo à Leitura da Fundação Biblioteca Nacional à partir de 1992 até o momento atual. Há mais de 20 anos organiza e coordena os Encontros de Leitura do Comitê Proler/UESB de Vitória da Conquista, Coordenação do Núcleo Letras de Vida, escritas de si que incentiva a escrita criativa e literária em presídios, e junto a trabalhadores rurais, e prestadores de serviços informais como pedreiros, pintores, garis e autodidatas. Atua principalmente na investigação de materialidades discursivas ligadas aos seguintes temas: escrita popular, reverberações da mídia, leitura e interpretação, memória, identidade e educação prisional. Enfim, Heleusa é uma das mulheres mais belas e cultas da História de Vitória da Conquista.

 


7 Respostas para “Taberna da História: Heleusa Figueira Câmara, uma linda mulher culta”

  1. Simone Dourado

    Nossa, adorei, Anderson! Pense numa admiradora dessa figura fantástica! Merecidos elogios! Recentemente a vi tomando um banho de bica. Momento único de agradecimento à vida!

  2. Renan Santana

    É um privilégio comentar sobre a Profª Heleusa Figueira Câmara! Uma mulher comprometida com a educação e com as causas sociais, em especial com aqueles que mais precisam. Fico muito Feliz por conhecer mais um pouco da história dessa grande Mulher!

    Ass: Renan Santana – EAD / UESB

  3. Arnaldo Prado

    Bela homenagem, a professora Heleusa Câmara é merecedora.

  4. Eduardo Moraes

    Trata-se de uma mulher impar.Sem arroubos, coloca no centro das atenções os propósitos que interessa a coletividade. que Tive a honra de ser aluno dessa admirável educadora, séria e comprometida com o aprendizado que transforma as pessoas.
    O mudo com certeza seria melhor se tivéssemos pelo menos mais dez entusiasmadas e destemidas Heleusas .

  5. Lina Borba

    Homenagem merecida! A professora Heleusa apesar de todos esses atributos é uma pessoa simples, qualidade admirável.

  6. Célia Régis

    Grande incentivadora da leitura no município.

  7. Maria Alair

    Linda homenagem!

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