Eleições 2016: Um debate morto e pobre de projetos

Foto: Reprodução | TV Sudoeste
Foto: Reprodução | TV Sudoeste

Jeremias Macário | Jornalista | [email protected]

A própria padronização antiquada e defasada dos debates políticos na televisão não dá margem a uma discussão mais dinâmica entre os candidatos com melhor aproveitamento para o eleitoral. O resultado da mesmice das regras impostas dos blocos torna o debate monótono e morno onde os pretendentes ao cargo de prefeito falam do genérico, sem apresentar projetos e programas de governo.  Com raras exceções, na TV Sudoeste não foi diferente. A impressão que passa é que os candidatos não têm programas consistentes a oferecer aos seus munícipes durante seus possíveis mandatos, ou fica difícil tratar dos problemas da educação, da saúde e da segurança, por exemplo, em menos de cinco minutos entre as tais cansativas réplicas e treplicas. >>>>>

  O padrão é velho e precisa ser criado um novo que interaja com a sociedade. Em Vitória da Conquista, o mais objetivo, direto e incisivo em suas proposições foi o candidato Fabrício Falcão, que chegou a apontar algumas propostas de realizações para a nossa abandonada e decadente cultura. Fora isso, esta atividade, tão essencial para a comunidade, passou despercebida e bem longe das discussões.

  Os candidatos do PT e do PMDB polarizaram parte dos debates para a questão do envolvimento dos seus chefes partidários na Operação Lava Jato, ou seja, levaram a eleição municipal para o plano nacional, quando se sabe que as duas siglas são as que devem no país mais explicações aos investigadores da Justiça. Resumindo: as mais envolvidas na corrupção.

  José Raimundo, do PT, tentou fazer uma tabelinha com Fabrício (PCdoB) e com Joás Meira (PSB), mas não deu certo, principalmente com os temas combate à corrupção, aeroporto e água para Conquista. Como se dissesse não me meta nessa confusão, Fabrício declarou ter mãos limpas e que no seu partido não tem ninguém envolvido nas denúncias de recebimento de propinas. Pelo menos, o candidato do PT confessou que seu partido vive uma grande crise.

  Quanto ao aeroporto e à construção da barragem de abastecimento de água, dois fundamentais projetos para a cidade, os candidatos governistas colocaram a culpa pelo atraso de mais de cinco anos na burocracia dos governos estadual e federal, só que o povo não quer saber disso, não suporta mais desculpas e se cansou de tantas promessas. O apertado  curral do Terminal de Ônibus da Lauro de Freitas continua lá feio e só falam em requalificação onde o espaço acabou para a crescente demanda.

  Sem programas consistentes e convincentes (a cultura foi a maior vítima do esquecimento), o debate foi fraco e ficou naquela base das promessas genéricas e vazias de que “se eleito, no meu governo prometo melhorias nisso e naquilo”. O candidato Roberto Dias, por exemplo, demonstrou inexperiência e insegurança em suas respostas.

   Quem teve um olhar mais atento, notou que metade dos candidatos, não vou citar nomes para não ser chamado de pernóstico e até de idiota, precisa voltar a frequentar os bancos das escolas para não maltratar tanto a nossa bela língua portuguesa, principalmente no quesito concordância verbal. Assim fica difícil questionar o assunto educação e apontar possíveis soluções para a baixa qualidade do ensino.

 


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