Jorge Maia: Fontes, luzes e cores

Foto: BLOG DO ANDERSON

Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]

Eu era menino, e não faz muito tempo, e me lembro da fonte luminosa que existia na Praça da República, Jardim das Borboletas, no centro da cidade. Não era comum que ela funcionasse, mas em dias especiais era ligada e tínhamos alguns momentos de fascinação. Sim uma fonte luminosa fascina, em especial às crianças que se encantam com o sobe e desce das águas e procuram entender de onde vem tanta água que nunca acaba. Um fluxo constante e inalterado em que a continuidade para ser eterna. São momentos de fantasia sempre recordadas. >>>>>

As fontes que se apresentam com luzes e em diversas cores prendem mais atenção. O bailado coloridas das águas em uma dança equilibrada e harmônica nos faz distrair e esquecer que a dança da vida é mais inconstante e veloz exigindo de nós mais equilíbrio e às vezes não temos as cores.

Tempos depois, foi construída a fonte luminosa da Lauro de Freitas, ali onde hoje é o terminal de ônibus, na proximidade do semáforo, construída na administração do prefeito Fernando Spínola. Funcionou por pouco tempo, mas despertava a atenção sempre que suas águas bailavam soltas no espaço e todos paravam para contemplar.

Há uma fonte famosa. Visitada todos os anos por milhares de turistas “Fontana di Trevi” da qual todos nós nos lembramos em “La Dolci Vita” que Fellini imortalizou em sus obra. Outras fontes aparecem no cinema, ou na televisão, algumas são bem sofisticadas. Em algumas, a dança das águas acompanha um ritmo musical, mas todas prendem a nossa atenção.

Onde estão as nossas fontes? Uma cidade precisa ter fontes luminosas. É algo que nos remete a um pouco da infância e a uma alegria inocente, independentemente de qualquer credo ou ideologia. Uma cidade precisa ter fontes luminosas.

Depois de muitos anos, finalmente uma empresa adotou uma praça em nossa cidade: A fonte Luminosa da estada da UESB. Em domingos e feriados e nos finais de tarde vejo muitos pais e avós levando os seu pequenos para aquela fonte. Percebo dois aspectos: todos continuam gostando das fontes; não há outros lugares para levar a meninada. Somos uma cidade pobre em equipamentos públicos que permitam passear com as crianças. Já passou da hora de criamos ambientes públicos, democráticos e seguros para a nossa gente. Não podemos esquecer dos nossos idosos os quais precisam de praças, bancos e jardins para papear, jogar dominó, baralho e eventualmente dar uma piscadela de olhos para alguém que lhe encha os olhos.

A cidade precisa ser encantada, ou pelo menos encantadora, prendendo os seus habitantes aos seus valores característicos e marcantes de modo que ouvir o seu nome nos remeta às lembranças dos seus traços simbólicos, em especial com fontes. Luzes e cores.


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