Minas Gerais: governador eleito, Romeu Zema diz que não quer fazer ‘carreirismo político’

Foto: Reprodução | GloboNews

O governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema Neto (Novo), disse em entrevista à Globo News na tarde desta segunda-feira (29) que no momento não tem intenção de “fazer carreirismo político”. Zema foi eleito com 71,8% dos votos válidos neste domingo (28), ao derrotar o senador Antonio Anastasia (PSDB) na disputa do 2º turno. Anastasia, que já foi governador de Minas entre 2010 e 2014, teve 28,2% dos votos. O novo governador assume seu primeiro cargo eletivo político. Empresário, administra um grupo empresarial baseado em Araxá, no Alto Paranaíba.

Perguntado pela colunista de política Julia Duailibi sobre se já pensa em reeleição no governo de Minas, Zema respondeu que a prioridade é fazer o que for necessário para ajudar o estado. “Não tenho, até este momento, nenhuma pretensão de fazer carreirismo político. Eu quero contribuir para o meu estado. Sei que muito da situação do Brasil e aqui de Minas Gerais só deteriorou tanto porque pessoas de bem não participaram de política. Essa sempre foi a minha posição como empresário. >>>>>

Eu sempre preguei distância da política. Mas agora, aos 54 anos, eu vi que quando nós que temos competência, que temos ética, não participamos, nós vamos abrir, muitas vezes, espaço para aqueles que não tem”, respondeu.

No início da entrevista, o governador eleito agradeceu os votos que recebeu neste domingo (28).

Zema falou que seu governo está alicerçado em três pontos: redução de despesas, aumento de receita sem subir impostos e renegociação da dívida do estado com a União.

Para reduzir despesas, o governador eleito repetiu um dos que foi um ponto forte de campanha, que é a redução de secretarias e cargos comissionados na administração.

Ele disse que as 21 secretarias serão reduzidas a nove ao todo. E os cargos comissionados, que são funcionários do Executivo sem aprovação em concurso e com nomeação, serão reduzidos em 80%. Além disso, Zema disse que vai rever todos os contratos do governo para enxugar custos.

Ao falar sobre aumento de receita, o governador eleito comentou que Minas Gerais é um dos estados com a carga tributária mais alta e um ambiente hostil para empresas que querem investir. Segundo Zema, o estado é muito lento no licenciamento ambiental e sanitário e todos estes fatores mantêm empresas longe do estado, levando com elas postos de trabalho.

“Eu quero que Minas tenha um ambiente mais amigável para quem trabalha e não mais hostil como ocorre hoje”

O terceiro pilar do governo, segundo Zema, é a renegociação da dívida de Minas com o governo federal. O governador eleito disse que Gustavo Franco, líder de sua equipe econômica, está verificando com a Secretaria de Fazenda qual é a situação do endividamento estadual para estudar formas de renegociar.

Zema criticou o atual governo, dizendo que esta medida não foi adotada ainda porque a União exige como contrapartida para renegociar medidas de austeridade.

O governador eleito ainda criticou o que chamou de “políticos de sempre”. Segundo ele, os partidos políticos tradicionais se transformaram em “balcão de negócios”.

“Eu falo que existe uma regra de ouro que o setor público não obedece que é gastar menos do que se ganha. Aqui no Brasil, aqui em Minas Gerais, os governos sempre foram perdulários, sempre gastaram mais do que arrecadam. E isso acaba sendo a origem de todos os males”, disse.


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