Memória Conquistense: Valtinho do Escondidinho

Foto: Divulgação | Celino Souza

Juscelino Novais Souza | Jornalista | [email protected]

Era sagrado. Todo fim de tarde, início de noite lá estava a turma reunida no Bar de Waltinho, na famosa Rua do escondidinho, espaço encravado entre as avenidas Bartolomeu de Gusmão e Juracy Magalhães., em Vitória da Conquista.  Torresmo, tripinha, requeijão, costelinha, codorna. Tira-gosto pra todos os gostos, mas o chamariz mesmo era as famosas “frutas e raízes na cachaça”. E tome-lhe “jaquinha”, “tamarindo”, “gengibre”, jenipapo”, “acerola”, “coquinho” e a carro-chefe das prateleiras: a deliciosa “bananinha”. >>>>

Botecozinho apertado, mas milagrosamente cabia todo mundo ao pé do balcão. Conversa vai, papo vem e generosos goles nos “Nadir Figueiredo” da vida iam tornando o happy hour mais quente. Ou gelado. Sim, porque ali também havia espaço pra loira no ponto, geladissimamente colhida habilmente num freezer que dividia espaço com os clientes.

Gente, havia, que jurava ir ali só pra ficar admirando as miudezas do boteco, que servia também como uma espécie de “empório”. Rapaz, aqui tem de tudo: prego, martelo, serrote, facão, linha para costura, ferrolho, tramela, cigarro, farinha, carne de porco defumada, chocolate e, pasmem, bainha para foice.
Era pura gozação. Waltinho fazia questão de ter tudo o que o cliente pedia.E tinha mesmo. Quem duvidasse, tinha que entrar na resenha da galera. Do lado de fora, ora uma partida de dominó numa improvisada mesa de madeira, ora as discussões sobre o futebol na semana.

O sonzinho tinha que ser baixo, para não incomodar a vizinhança. Waltinho era sistemático, mas boa praça. Sempre foi assim. Quer saber ? Deus ganhou um parceiro bom de prosa.


Uma Resposta para “Memória Conquistense: Valtinho do Escondidinho”

  1. Ana Maria

    Puxa Celino que homenagem linda. Obrigada pelo carinho. Apareça pra beber a bananinha, a presença dele continua aqui.

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