Academia do Papo: Mais Woodstock, menos Vietnã

Foto: BLOG DO ANDERSON

Paulo Fernando de Oliveira Pires | paulopires@uesb.edu.br

As Centúrias que compõem a Velha Ordem Mundial ainda hoje não conseguem digerir o momento de ruptura representando pelo Festival de Woodstock. Reclamam que foi a partir do famoso Festival que a juventude entrou num processo irreversível de uso de drogas, prática de sexo sem limite e audição desesperada de uma música pobre em música cuja principal característica era assassinar harmonia e melodia. Não é bem assim. >>>>

Woodstock foi um ponto de ruptura histórico-social que prenunciava e queria potencializar os desejos de uma Juventude Inquieta contra o batido refrão de uma Velha Guarda Política que insistia continuar mantendo seu Status Quo, o velho Establishment em cima de Velhos Padrões e Ações que estavam levando o Mundo para uma situação insustentável e para o qual só muita droga para conviver com aquele estado de coisas negativas.

A Guerra do Vietnã e todos os erros geopolíticos realizados por Chefes de Governo, especialmente os detentores de Poder Máximo das Potências Hegemônicas, levavam os Jovens do final dos anos 60 para um entendimento de que o Mundo se dirigia para um desfecho errado e/ou destino histórico desastroso. Era imperioso se levantar contra aquilo.

De Gaulle já estava no poder na França. Eisenhower estava saindo para dar lugar a Kennedy e posteriormente a Lyndon Johnson. A França não se conformava da surra que levou do exército vietnamita (tendo à frente o gênio Vo Nguyen Giap). A África sendo saque

ada por alemães, ingleses, belgas, holandeses e o diabo a quatro. O mundo vivia um dos seus momentos mais repugnantes, mais nojentos….
Os jovens se viam imprensados por um Bando de Dinossauros cuja conduta sempre se impunha pela violência bélica. Como reagir a tanta atrocidade? Como observar aquele mundo e não perceber que aquilo estava errado? Seria honesto conviver com aquilo e não se revoltar? Jovens pelo mundo inteiro começaram a realizar marchas de Inquietações, sendo a mais famosa aquela realizada em maio de 1968 em Paris. Dali pra frente ficou patenteado que os jovens não aceitariam passivamente aquele mundo nojento em que os grandes Chefes de Estado praticavam atos desumanos contra coletividades, como se estivessem agindo em benefício da Humanidade…. Aquele mundo tinha que ser combatido. E foi por intermédio daquelas marchas e de Festivais como o de Woodstock que o Eixo da Terra deu uma guinada e os Povos deram início a uma nova percepção de que havia muita coisa de podre além da que existira – e fora denunciada por Hamlet outrora – no Reino da Dinamarca.

O fato é que, para provocar a consciência dos homens dignos, os Jovens se levantaram e viram a potência de sua força. Para tanto reagiram com slogans sensacionais. Vejam alguns deles: Todo o poder abusa. O poder absoluto abusa absolutamente ….. Não me libertem, eu me encarrego disso …… Vivam sem tempos mortos. ….. A ação não deve ser uma reação, mas uma criação ….. Corre camarada, o velho mundo está atrás de ti ….. A vontade geral contra a vontade do General….. A Revolução tem de deixar de ser para existir …… Abram o vosso cérebro tantas vezes como a braguilha …. É proibido proibir …. Seja Realista, exija o impossível….. Essas e outras frases compunham os Princípios de um Novo Mundo, um mundo em que as Velhas Raposas do Universo Político teriam que rever seus conceitos se quisessem sobreviver aos novos tempos. Portanto, Woodstock é (foi) muito melhor para o Mundo do que aquele ideário (que alguns querem continuar hoje). Woodstock foi (é) um Marco para uma Existência Global Melhor… Vietnã é Guerra, destruição. Woodstock é Paz e Amor. Um abraço cordial e até a próxima semana. ………… Paulo Pires


Os comentários estão fechados.