Sebastião Padre | expressando a minha dor pela passagem de José Henrique Padre

Foto: Divulgação | Tião Padre

Sebastião Marcos Garcia Padre

Hoje dia 10 de maio de 2021, faz exatamente um mês da passagem do meu querido e amado irmão José Henrique Padre para o Reino da Glória, vítima da Covid-19. O mundo inteiro vem sofrendo com essa doença terrível.  No ano de 1918, aconteceu a maior pandemia do século XX, vitimando mais de 50 milhões de pessoas no mundo, inclusive o então presidente do Brasil, Rodrigues Alves. Imaginem o tamanho do sofrimento daquelas pessoas, já que não existiam ventiladores na época. Não sou a favor da teoria da conspiração, a gripe espanhola, em que pese tenha esse nome, não surgiu na Espanha; muitos dizem que surgiu nos EUA, mas até hoje nada foi comprovado que de fato tenha ocorrido nas terras do Tio Sam. >>>>

Aqui relatarei de forma resumida a trajetória política de um presidente que jamais poderia ter sido eleito para governar o nosso país. Demonstrarei, também, toda minha INDIGNAÇÃO com a sua postura durante essa Pandemia. Há arrogância, há omissão, há deboches, há negação e há fatos contundentes. Nesta crônica não usarei palavras odiosas, muito menos, desrespeitosas contra a autoridade máxima da nação brasileira. Sugiro para aqueles que o admiram que fiquem à vontade para interromper a leitura desse texto em função das críticas que farei ao presidente do Brasil.

Como é do conhecimento de todos, o presidente lançou a sua candidatura no ano de 2014, daí em diante, passei a pesquisar e acompanhar a sua trajetória política, fiz pesquisas, busquei informações a respeito da sua atuação como parlamentar na câmara federal e percebi que após 28 anos como deputado federal, ele teve tão somente dois projetos aprovados pela câmara federal, sem nenhuma relevância; quando participava de comissões, não tinha nenhum destaque que chamasse atenção dos seus pares. Ele sempre fez parte do bloco do baixo clero, além de protagonizar discursos agressivos contra seus colegas. Diante de tudo isso, cheguei à conclusão de que ele foi um ninguém como deputado federal. Eu era o único membro dos grupos políticos a combater a sua candidatura, por entender que ele não reunia as condições mínimas para governar o Brasil. O presidente utilizou como estratégia de campanha apresentando-se como um ‘NOVO’ político e que de novo não tinha absolutamente nada. Criou uma narrativa e, sabedor de que a sociedade brasileira é conservadora, focou sua campanha nos valores da família que são defendidos, notadamente, pelos evangélicos; além do combate à corrupção, à velha política do toma lá dá cá. Passou a utilizar os programas populares da televisão aberta, sempre discutindo temas polêmicos para chamar à atenção do grande público e, ter assim, suas polêmicas postadas nas redes sociais, atingindo, portanto, o seu objetivo que era se tornar conhecido nacionalmente. No auge da sua campanha, formou um grupo para divulgar FAKES NEWS contra os seus adversários políticos. Dessa forma, ele chegou ao poder utilizando-se de meios escusos. Não demorou muito e logo começou a chegar denúncias dos seus correligionários políticos contra essas Fakes News, e que estão sendo investigadas pelo STF.

No dia 12 de março de 2020, a OMS declarou a pandemia da COVID19, exatamente quando o presidente do Brasil estava completando um ano e três meses de seu governo, foi quando ele se revelou para a população brasileira como um ser humano insensível com o próximo, sem compaixão às milhares de famílias que perderam os seus entes queridos numa demonstração completa de não respeitar a liturgia do cargo que exerce. O negacionismo foi a sua marca principal desde quando iniciou a pandemia, provocando aglomerações, estimulando o não uso das máscaras, criando o Kit Covid meramente por interesse pessoal – os donos do laboratório que fabrica esses medicamentos fazem parte da sua relação de amigos. Esses parças patrocinavam os sites para falar bem do seu governo. Tais medicamentos nunca foram aprovados pela comunidade científica, pasmem os senhores, a própria direção desse laboratório divulgou uma nota dizendo que esses medicamentos não são eficazes para o tratamento do vírus. Causou-me uma espécie de estranheza que uma parte expressiva de profissionais da área da saúde, notadamente os médicos, negaram a ciência e passaram a prescrever tais medicamentos sem nenhuma comprovação científica. Como profissionais da saúde, eles são sabedores que cabe, tão somente, aos cientistas, que dedicam seu tempo a pesquisas e analisam quais medicamentos são eficazes para o tratamento das doenças. No caso específico desses medicamentos os cientistas chegaram à conclusão de que de fato não são eficazes para o tratamento da Covid -19. É bom lembrar que os países que adotaram esses medicamentos como Índia, EUA e Brasil são os recordistas de mortes do mundo. Ao incentivar o uso do Kit Covid, o presidente criou um dogma levando a população ao risco.

Não acreditar na ciência é como não acreditar no Iluminismo, passaríamos a viver nas trevas, em plena escuridão. Devido ao uso desses medicamentos, ocorreu um prejuízo grande à saúde de várias pessoas, sendo incluídas na fila de transplante de fígado na capital paulista. Em tempo record a ciência desenvolveu a vacina para imunizar as pessoas contra a Covid19. Podemos fazer uma analogia entre a atitude do presidente e o comportamento de pais responsáveis que levam seus filhos menores aos postos de saúde para receberem as diversas vacinas que são disponibilizadas pelo poder público. Fico a questionar: o que aconteceria com essas crianças se seus pais não as levassem para tomar as vacinas? Da mesma forma, o presidente é responsável para cuidar da saúde dos brasileiros, se o presidente fosse um ‘UM PAI ZELOSO’ uma parte expressiva de brasileiros teria sido vacinada e não teria perdido a sua vida, evitando o sofrimento de muitas famílias, inclusive da minha.

Um saudoso político baiano muito inteligente e sábio dizia nos seus discursos de campanha “Um erro de um dia, pode representar o sofrimento de quatro anos”, observe como esta frase está tão atual para o momento em que vivemos sob o comando desse presidente, que de forma INSANA vem conduzindo nosso país. Sei que é muito difícil para algumas pessoas serem humildes, mas entendo que seja oportuno fazerem a mea culpa e compreenderem que contribuíram para levar o presidente ao poder, de maneira equivocada, levadas, muitas vezes, pelas falácias e discursos MENTIROSOS que foram utilizados com o único objetivo de se chegar ao poder. Estou vendo, justamente, o contrário daquilo que foi prometido durante a sua campanha.

O Senado Federal, instalou há poucos dias, uma CPI para investigar a condução irresponsável do presidente e de seus obedientes ministros em relação a pandemia. Espero que essa CPI histórica possa concluir seus trabalhos responsabilizando criminalmente estas pessoas, para que a memória do meu amado irmão seja HONRADA, como também a de milhares de outras pessoas.
O presidente tem cinco representações de crime contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional que fica em Haia na Holanda, vale ressaltar que esses crimes não são prescritos. Nessa cidade, em um encontro entre vários países, o Brasil apresentou ao mundo Rui Barbosa, nascido na capital baiana, um dos maiores juristas e conferencistas que o Brasil conheceu. Ele foi um poliglota e protagonizou uma das frases mais emblemática da época quando um dos participantes daquela reunião questionou sobre sua baixa estatura e de pronto ele respondeu “No Brasil as pessoas são medidas do pescoço pra cima”. Por sua atuação nesses encontros rendeu-lhe o título de Águia de Haia.

Diante da postura do presidente com a pandemia, passei a refletir melhor a respeito da importância de um LÍDER e o tamanho da sua RESPONSABILIDADE perante seus liderados, podendo influenciar tanto para o bem quanto para o mal. Isso, independentemente do nível cultural e intelectual dessas pessoas. Quando vejo pessoas, com ou sem interesse direto na sua permanência como presidente postando vídeos, mensagens, participando de caminhadas ou mesmo carreatas em alusão ao presidente, o sentimento é de falta de respeito a memória do meu amado irmão, como também, de milhares de outras pessoas.

Na ‘QUEDA’ do homem, ou seja, quando Adão cometeu o pecado, a morte passou a existir. Não faço coro com aqueles que dizem que temos o dia marcado para morrer, na minha opinião Deus não nos chama, Ele simplesmente nos recebe, em especial aqueles que têm seu FILHO como seu Salvador. Por isso, entendo que se o presidente tivesse comprado as vacinas da Pfizer e Janssen, no mês de junho de 2020, para serem entregues em dezembro de 2020, sendo meu irmão médico e que trabalhava na linha de frente da Covid-19, estaria imunizado em janeiro de 2021, evitando assim, a sua passagem tão precoce, como também de milhares de outras pessoas. Com isso fica evidenciado que, de fato, não temos o dia marcado para falecer, o que houve foi simplesmente falta de AÇÃO de quem foi eleito para cuidar também da saúde dos brasileiros.

Eu nunca me senti representado pelo presidente. Jamais imaginei que um dia o Brasil pudesse ser governado por uma pessoa tão raivosa, autoritária, agressiva, insensível, cheia de ódio e se apresentando com um comportamento inadequado para um líder de uma nação. O presidente costuma usar o nome de Deus na frase “O Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, que ele possa, de fato, permitir que Deus toque no seu coração para que haja uma transformação na sua vida e passe a ser um ser humano melhor e sendo de fato um VERDADEIRO CRISTÃO e não ficando somente na retórica.

Hoje estou muito mais exigente com as minhas preferências políticas, busco o inteligente, o equilibrado, o descente, o próbido, aquele que se preocupa com as pessoas, em especial com os mais necessitados. Nas minhas escolhas não busco o QUEM e sim o QUE, aquele que de fato é DIFERENCIADO.

Como vocês observaram em nenhum momento do texto citei o nome do presidente, confesso que me incomoda em citá-lo, por tudo que foi explicitado. Estou vivendo um luto, somente eu, comigo mesmo, sobre as bençãos de Deus. Adotei a escrita como minha terapia principal, independente do horário, seja pela manhã, a tarde ou mesmo nas madrugadas, como estou fazendo agora; ao escrever me sinto mais leve e aliviado desse peso que recaiu sobre mim. Dói coração, dói a alma, DÓI TUDO, só pode saber a dimensão dessa dor, quem passou ou está passando por ela. Há momentos que fico pensando no imaginário, no surreal, que meu irmão Zé Henrique continua presente como antes, e que nós ainda desfrutamos da nossa cumplicidade, do amor e carinho, que nutríamos um pelo outro.

Finalizo essa crônica deixando claro aos leitores que eu não quis gerar nenhum fato político, muito menos criar polêmicas com os diferentes de mim, mesmo porque entendo que até então vivemos em uma democracia e tenho o direito de expressar os meus sentimentos. Espero ter sido compreendido por todos. Continuo com meu luto buscando a Deus, acreditando Nele e na sua bondade que me dá forças para continuar a viver. As mágoas existem, mas não as permitirei que sejam eternizadas!
Que Deus abençoe a nação brasileira!


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