Edvaldo Gama | A liquidez na empresa e na residência

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Edvaldo Pedreira Gama Filho | Consultor Financeiro e Professor

O que é liquidez e qual a sua importância para a gestão financeira? Se fizermos uma analogia entre uma empresa e uma residência podemos relacionar o caixa da empresa à caixa d’água da residência e o dinheiro à água. Ao observarmos o fluxo de água na residência, é possível identificar as fontes supridoras, tais como, a companhia de abastecimento, um poço artesiano, água da chuva ou até de um rio ou córrego. Cada uma dessas fontes tem um volume (às vezes limitado), uma frequência de fornecimento e um custo. Todos esses indicadores podem ser medidos e acompanhados. Confira o texto na íntegra.

Assim como a água na residência, o dinheiro na empresa passa pelo mesmo processo. Vem de várias fontes, a exemplo de sócios, dívidas, vendas e outras. Todas elas têm um volume, uma frequência e um custo. Como são medidos e controlados? Com que frequência é feita essa aferição? Quais os instrumentos utilizados? Quais decisões são tomadas com base nestas informações?

A caixa d’água da residência deve ser de tamanho compatível com seu porte. O nível de água mantido na caixa deve ser suficiente para atender as demandas residenciais, sem que os processos sejam interrompidos, caso as entradas de água não aconteçam conforme esperado. A principal função é não interromper o funcionamento residencial.

Quem não ouviu estas falas?

_ “Não lave a roupa hoje, pois amanhã não terá água.”
_“Amanhã, se não chegar a água, a casa para. Vai ter que chamar o carro pipa.”

O mesmo acontece na empresa. Em determinados momentos, as operações se submetem ao fluxo de caixa. Não é usual. Na maioria das vezes, as atividades não podem parar. Cabe ao Gestor Financeiro exercer umas das suas funções essenciais, que é captar recursos para suprir as demandas e cumprir com os compromissos assumidos.

Na empresa, o caixa tem a finalidade de manter os processos empresariais funcionando, equilibrar e manter o fluxo, haja vista que as entradas de caixa não ocorrem de maneira constante e contínua, fugindo do controle da empresa. Já as saídas, tem maior possibilidade de controle e gerenciamento, cabendo ao gestor equilibrar esta movimentação de recursos.

Como a Liquidez se apresenta e como deve ser controlada na empresa?

A empresa precisa do crédito de seus fornecedores e instituições financeiras. Caso não pague suas obrigações nos devidos vencimentos sofrerá restrições de crédito e terá dificuldade em dar continuidade às suas operações, diminuindo sua atuação até chegar à falência.

O excesso de imobilizações, estoques acima dos limites desejados, créditos concedidos a clientes que não honram suas obrigações podem levar uma empresa à insolvência. A capacidade da empresa em honrar seus compromissos financeiros, sofrem interferência, tanto das fontes que a financiam, quanto pela forma de aplicação desses fundos em ativos fixos e circulantes.

A liquidez não se manifesta apenas no nível de caixa apresentado nos balancetes mensais e balanço do exercício. Ela se apresenta muito mais na gestão do fluxo de recursos que passam pelo caixa. A administração desse fluxo passa pela gestão de todas as operações desenvolvidas pela empresa e suas implicações no caixa, gerando superávit ou déficit. O nível de caixa não deve ser nem máximo, nem mínimo, mas sim o suficiente e necessário.

Tanto o excesso quanto a falta prejudicam a empresa. Assim, o controle do fluxo de caixa é uma condição primordial para o crescimento e a perpetuidade da empresa.

Por Edvaldo Pedreira Gama Filho
Consultor Financeiro e Professor
GAMA Consultoria Financeira
@edvaldogamafilho

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