Homenagem Póstuma | ao meu amigo Carlos Gonzalez

Foto: BLOG DO ANDERSON

Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

É muito difícil ou fácil falar de um amigo do peito e irmão que partiu para outra dimensão e nos deixou aqui com a dor da saudade, que só nos alivia quando o outro também seguir o seu destino. A morte é a nossa carrasca que nos acompanha desde o nascimento. O sentimento, às vezes, é bem mais forte que o de certos parentes, tipo daqueles que sempre está mordendo a gente.  Difícil porque é uma perda irreparável e fácil pelo seu gesto simples, educado e amável de tratar as pessoas. Estou me referindo ao amigo-irmão Carlos Gonzalez Passos com quem convivi por muitos anos desde a redação do jornal A Tarde, em Salvador, e após ele ter vindo morar em Vitória da Conquista há mais de 10 anos. Confira o artigo de Jerêmias Macário de Oliveira.

No jornal ele atuava na Editoria Nacional e eu na Editoria de Economia, mas nossos turnos eram diferentes. Mesmo assim, trocávamos algumas ideias e sempre ia à sua mesa pedir alguma matéria de economia para fechar a página. Ele pedia algumas informações sobre o meu setor e até me chamava de economista.

Aqui em Conquista nos aproximamos mais. Com mais tempo para os encontros, a amizade se fortaleceu e todos finais de semana nos víamos num bar, na casa dele ou na minha para batermos aquele papo sobre futebol, política, assuntos gerais e locais, claro que acompanhados de uma cervejinha gelada e um tira-gosto.

Além de outras coisas, tínhamos em comum sermos tricolores Fluminense das Laranjeiras e ele ainda apaixonado torcedor do Esporte Clube Bahia. Nos esportes, principalmente no futebol, era uma enciclopédia, tanto que o chamava brincando de ser meu secretário para me informar sobre o que estava acontecendo na área. Toda semana me passava a escalação dos jogos do Flu e onde seria televisionado.

Desde hoje (dia 22/05/2025) à tarde já estou sentindo sua falta e meu coração ficou abalado. Onde estiver, meu amigo deve estar lembrando do nosso último encontro em sua casa no sábado passado jogando conversa fora e tomando uma gelada. Como sempre, trocamos ideias sobre diversos assunto e me comunicou que iria a Salvador na quarta ou na quinta para o aniversário de 80 anos do seu irmão publicitário Fernando Passos, dono da Agência EngenhoNovo.

Quis o destino que partisse de Salvador, aos 88 anos, onde militou no jornalismo por décadas. Na capital, onde faleceu, depois de um infarto, deu também sua valiosa contribuição à Revista Placar, à Sucursal de O Estado de São Paulo e na Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Salvador.

Portanto, Gonzalez, como o tratava, deu grande contribuição para o nosso jornalismo com seus textos claros, de qualidade e de um português correto, recheados de subsídios. Aqui em Conquista colaborou com meu blog www.aestrada.com.br, como o de Paulo Nunes e Anderson.

Gonzalez nasceu em Salvador em 14 de março de 1937 e me deixa boas e grandes recordações pelo resto da minha vida. Com a mesma linha política e de pensamento, muitas vezes concordávamos e descordávamos de muitas posições, sempre mantendo o respeito e tolerância. Nunca trocamos farpas por discordâncias.

Meus sinceros sentimentos e abraços à toda família Gonzalez Passos e aos companheiros de trabalho. Gonzalez foi um grande exemplo de companheirismo, humano e defensor da liberdade de expressão e do Estado Democrático de Direito. Sempre clamava por justiça social no Brasil. Ao meu amigo e irmão, saudades eternas.

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