
O Judiciário Brasileiro está de luto com a morte do juiz Edinaldo César Santos Júnior, de 49 anos. Ele integrava o Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJSE) e era juiz auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O magistrado foi encontrado sem vida neste domingo (1º), em seu apartamento no Bairro Atalaia, em Aracaju. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP), não foram constatados sinais de violência no local, e a principal suspeita é de morte natural. Exames serão realizados pelo Instituto de Análise e Pesquisa Forense, mas não há previsão para a divulgação dos resultados. O velório acontece nesta segunda-feira (2), com cerimônia religiosa às 14 horas e sepultamento às 16 horas, no Cemitério Colina da Saudade, em Aracaju. Doutorando e mestre em Direitos Humanos pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista na mesma área pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Edinaldo se destacou como defensor das causas sociais, especialmente relacionadas à infância, juventude, equidade racial e direitos humanos. Atuava como orientador da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM), na disciplina Questões Raciais, e era membro do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT) e do Comitê de Equidade de Gênero e Raça (COMEGER) do TJSE.
Foi também um dos idealizadores do Encontro Nacional das Juízas e Juízes Negros (ENAJUN) e, em maio, representou o Judiciário Brasileiro na ONU, a convite do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF e do CNJ. Em seu discurso, reforçou a importância de uma justiça voltada para a infância: “Emerge no Poder Judiciário Brasileiro um novo paradigma: o nascimento de uma justiça amigável à infância, que atua por e com as crianças e adolescentes. Uma justiça adultocêntrica nunca mais! No centro, sempre, a infância.” Nas redes sociais, diversas manifestações de pesar foram registradas. O TJSE destacou a contribuição do magistrado para a modernização do Judiciário e a defesa dos direitos fundamentais. A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) ressaltou sua atuação por um Judiciário mais humano, justo e acessível. A prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, lamentou a partida inesperada: “Magistrado jovem, firme e combativo diante das injustiças. Seu legado jamais será esquecido.” Já o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, afirmou: “Trajetória marcada por dedicação, integridade e compromisso com a Justiça.” O falecimento de Edinaldo César Santos Júnior representa uma perda irreparável para o Judiciário e para as lutas em defesa da infância e dos direitos humanos no Brasil.