Jeremias Macário | agora é intervenção estrangeira

Foto: BLOG DO ANDERSON

Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Antes, eles desfilavam nas ruas, praças e avenidas com cartazes e camisas amarelas da seleção de futebol pedindo uma intervenção militar, só que as Forças Armadas não embarcaram nessa barca furada. Agora, os extremistas “patriotas”, como se autodenominam, querem uma intervenção estrangeira, no caso, dos Estados Unidos, do Trump autoritário.  Durmam com um barulho desses, coisa de indivíduos vítimas de lavagem cerebral. Tudo para livrar a pele do mentor e sua turma, que tramaram um golpe de Estado onde estava no script do filme de terror o assassinato do presidente da República, do vice e do ministro do Supremo Tribunal Federal. Que “patriotas” são esses que instigam os republicanos norte-americanos e seu presidente destrambelhado a intervir em decisões judiciais internas de outro país, ferindo com suas adagas afiadas a soberania nacional? Que causa esses fanáticos estão defendendo?

Para completar, ainda vilipendiam as mesas diretoras da Câmara e do Senado, impedindo o andamento de seus projetos de lei e prejudicando milhões de brasileiros, como a isenção do imposto de renda para quem ganha até dois salários mínimos. Deu a louca na cabeça desses caras!

Esses traidores da pátria estão, mais uma vez, se metendo em outra atrapalhada perigosa, como se fossem salteadores da democracia. Além da intervenção estrangeira, ainda exigem que o Congresso Nacional aprove a lei de anistia geral e irrestrita para os golpistas de 8 de janeiro de 2023, bem como o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

Como forma de punição e em defesa do ex-presidente capitão Bozó, um nazifascista, xenófobo, homofóbico, misógino e racista por natureza, o Trump aplica um tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros de exportação e ainda manda um recado para que parem com o processo contra o cabeça do golpe.

Os atos extrapolaram todos os limites e não se trata mais de liberdade democrática, porque é a nação que está sendo sangrada como um porco. Portanto, têm que ser tratados como traidores. Na história da humanidade, o traidor sempre foi julgado e sentenciado à cadeia e, em muitos casos, morto, sem piedade.

Nessa novela macabra, onde só tem personagens criminosos, os brasileiros a tudo assistem em silêncio em seus confortáveis camarotes. Na plateia ainda existem os inocentes úteis que aplaudem a alcateia de lobos ferozes e carniceiros.

Fico também estarrecido com essa esquerda desbotada e pálida que não se mobiliza contra essas vespas venenosas, salvo algumas falas aqui e acolá condenando essa casa de horrores e maldades. No mesmo ritmo segue a mídia burguesa, que historicamente foi sempre tendenciosa e passa um mel de coruja nos fatos tão agressivos.

Enquanto isso, o povo segue sua rotina de festas, feriadões, em suas cachaças de final de semana e cuidando apenas de suas individualidades pecuniárias, como se nada estivesse acontecendo de grave. Está ocorrendo uma barbárie e ninguém quer se envolver nela.

Infelizmente, desde os tempos coloniais regidos pela coroa portuguesa, esse território tão rico serviu de quintal para outras potências. Antes era da Inglaterra, depois passou a copiar a cultura francesa e, há muito tempo, a dos Estados Unidos. Em nosso DNA carregamos o sadismo da humilhação. Na escola primária, aprendi a lição de que aqui se chamava Estados Unidos do Brasil.

 

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