
Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor
Com suas informações e dados falsos, com seus decretos malucos arbitrários, utilizando como esteio a democracia construída há séculos, o Donald Trump, de espírito extremista, vai aos poucos dopando o povo norte-americano para emplacar uma ditadura nos Estados Unidos, a primeira em toda sua história. Poderia me arriscar a dizer que ele já está sendo um Recep Tayyip Erdogan, da Turquia. Na realidade, muitos governos de índole autoritária estão se aproveitando da democracia para introduzir regimes ditatoriais, não mais com armamentos militares como no passado. Os congressos legislativos, os eleitores fanáticos e a própria Justiça estão sendo cúmplices dessa trama. O caso mais explícito está acontecendo com os Estados Unidos, onde o Trump, seguindo um roteiro similar ao nazismo de Hitler, usa a democracia que o elegeu para realizar seu projeto de ditadura, com seus factoides divulgados diariamente pela mídia. Para isso, ele conta com a maioria do Congresso (Capitólio) e da Corte Suprema de Justiça. Continue a leitura.
São vários os exemplos dessa trama planejada desde a sua posse, onde o mandatário de extrema-direita, xenófobo, racista e homofóbico vem sufocando em doses cavalares essas camadas, inclusive com apoio de boa parte da população contaminada por ideias de limpeza étnica de superioridade.
Nem é preciso citar aqui os seus decretos malditos e planejados de esvaziamento e opressão da liberdade das instituições, no caso mais visível as universidades, contingenciando suas autonomias mediante corte de recursos e limitando o ingresso de estudantes estrangeiros.
Com a mão da democracia, ele vai impondo sua ditadura, inclusive intervindo na soberania de outros países. Seu domínio interno agora está se estendendo às forças armas, às polícias e até o FBI, sob argumento de impor uma ordem numa desordem social que não existe.
Recentemente, com estatísticas mentirosas de aumento da violência na capital Washington, o desequilibrado determinou uma espécie de intervenção com a força das armas, dizendo que a polícia federal e o exército podem fazer o que bem entender contra os cidadãos. Isso é mais um gesto de ditadura e arbitrariedade.
Embora com invasões históricas terroristas de Estado em outros países, para derrubar governos democráticos, principalmente na década de 60 do século passado na América do Sul e Central, os Estados Unidos sempre passaram uma imagem de democracia sólida, o que nunca foi verdade. Sua “democracia” sempre protegeu ditadores por interesses exclusivamente econômicos e políticos.
Cada absurdo mentiroso de Trump, muitos deles bem arquitetados conscientemente, é superado por outro. O mais agressivo e falso foi sua crítica velada ao Brasil, Índia e até a algumas nações democráticas europeias, como a França, de que esses governantes suprimem a liberdade de expressão e desrespeitam os direitos humanos, quando é o próprio que assim está agindo.
O Trump, uma espécie de personagem diabólica, não se envergonha de expor ao seu país e ao mundo as suas falsidades extremas, ao ponto de deixar qualquer um possuidor de senso crítico esclarecido e racional estarrecido.
Nessa loucura desvairada e desmedida, citou a Coréia do Norte e a Arábia Saudita como exemplos de liberdade de expressão, países esses os mais opressores e assassinos de seus opositores. Não tenho dúvidas de que ele é um sádico maquiavélico, incarnado num Hitler, Stalin e outros tiranos tiranetes.
Como golpista da democracia e ainda com aquela ideia de potência dominadora imperialista, ele dá guarida a outros “lideres” defensores de uma intervenção militar, caso específico do Brasil, onde se acha no direito de mandar o Supremo Tribunal Federal parar com os processos contra o mentor do golpe de Estado.