
Na tarde desta segunda-feira (1º), a cidade testemunhou o 1º Casamento Coletivo Quilombola de Vitória da Conquista. A iniciativa pioneira, articulada pela Corregedoria-Geral da Justiça da Bahia, teve apoio da Prefeitura Municipal e de diversas instituições. A cerimônia, ocorrida na BelaCasa Eventos, formalizou a união civil de mais de 30 casais perante a justiça. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SEMDES), prestou suporte logístico. O Centro de Referência de Assistência Social Rural, que acompanha famílias do território, auxiliou na organização documental com a Defensoria Pública do Estado. A administração municipal também articulou, junto ao Movimento das Donas de Casa (MDC), a preparação de 15 noivas, que receberam serviços de embelezamento para a celebração. Vitória da Conquista possui 33 comunidades quilombolas reconhecidas oficialmente. O casamento coletivo reuniu casais de várias delas, fortalecendo direitos civis, valorizando tradições e reafirmando o compromisso do poder público com a igualdade racial. O Secretário Michael Farias Alencar Lima define a ação como um avanço significativo no reconhecimento das comunidades.
“O Casamento Quilombola representa uma ação concreta de promoção da igualdade racial. Por isso, a Prefeitura fez questão de apoiar esse momento histórico. Entendemos que fortalecer políticas voltadas aos povos tradicionais é reafirmar o compromisso com a garantia de direitos humanos e com o respeito às formas de organização e identidade dessas comunidades”, afirmou. Representando a Corregedoria-Geral, o juiz Cláudio Augusto Daltro Freitas, da 1ª Vara de Família, celebrou o evento e destacou sua relevância após o Novembro Negro. “Estar aqui é uma honra. Não se trata de um ato simbólico, mas de reconhecimento da história, da memória e das tradições quilombolas. Realizar o primeiro casamento coletivo quilombola de Vitória da Conquista justamente neste período torna tudo ainda mais significativo”, disse o magistrado, celebrante designado. O Coordenador Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Ricardo Alves de Oliveira, sublinhou que a iniciativa promove justiça social. Ele garante acesso pleno aos direitos decorrentes da união civil para casais quilombolas. “Esse casamento coletivo é uma ação de reparação social.
É garantir que essas famílias tenham dignidade e pleno reconhecimento jurídico. A parceria entre a Prefeitura e as instituições do sistema de justiça reforça nosso compromisso com a equidade racial e com o fortalecimento dos povos tradicionais”, pontuou. Com o espaço ornamentado e trilha musical executada pelo Núcleo Estadual de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (NEOJIBA), os casais viveram um momento especial de celebração do amor, dos vínculos e da continuidade das tradições quilombolas. A noiva Patrícia Oliveira, da comunidade de Baixa Seca, comemorou a oportunidade de realizar um sonho. “Hoje é um dia de muita alegria e realização. Muitas vezes não conseguimos, por conta própria, organizar um casamento assim. Por isso, agradeço à Defensoria Pública e ao CRAS Rural por estarem ao nosso lado nesse momento tão importante”, celebrou. O evento contou ainda com a atuação conjunta da Defensoria Pública do Estado (representada pela defensora Ana Luiza Brito), do Movimento das Donas de Casa, da Associação dos Registradores Civis (ARAURC), do Tribunal de Justiça da Bahia e da Faculdade Anhanguera.







































































