O dia em que a vaca tossiu na Beócia

Foto: Blog do Anderson
Foto: Blog do Anderson

Jorge Maia

O povo da Beócia é um povo bom, mas beócio. Apesar de se um povo sofrido sempre foi povo esperançoso, otimista. Fato interessante é  a fé demonstrada por aquele povo em sua instituições. É verdade que já sofreu muito com as desilusões que as suas instituições produziram. Jamais desistiram da esperança. No passado sofreu com a grande admiração das suas vidas< suas forças armadas, que em período de ditadura, matou espancou e esfolou. Ainda restavam outras instituições: o BB S/A, Banco da Beócia, logo depois envolvido em grandes escândalos; a CEB – Caixa Econômica da Beócia, também decepcionou. A empresa de Correios, talvez uma das maiores admirações do povo beócio se viu envolvida em escândalos e corrupções apresentados  nos jornais de todo o país. Leia a íntegra da crônica.

O povo sofreu, é verdade. Mais nada abalava a raça, a coragem e o entusiasmo daquele país, daquela gente. Havia ainda um ícone da fortaleza moral e padrão de moralidade pela fidelidade da sua palavra: o tossir da vaca. Aí, sim, o povo sempre confiou. O não tossir da vaca sempre foi a garantia do fazer ou não fazer.

Tão firme é o não tossir da vaca que se alguém falasse que pagaria uma dívida, nem que a vaca tussa, você não precisaria de aval, de fiança e nem de outra garantia, pois o devedor pagaria. E alguém falasse que não faria tal coisa, nem que a vaca tussa, pode ter certeza, ninguém o obrigaria a fazer, preferiria ser fuzilado a descumprir a sua palavra.

Enfim, uma instituição respeitável. Um dia, porém,  a vaca tossiu. Houve um silêncio profundo. Ouvia o ruído do movimento de rotação dos elétrons. Foi um Deus nos acuda, foi por terra a última esperança e padrão de qualidade daquele povo. Lágrimas, suspiros e até desespero. A sensação de impotência diante da vida que se esvai. O mundo não seria mais o mesmo.

Quem melhor explicou o fenômeno foi Malaquias Horoscopino que afirmou se  tratar de um fenômeno  raro, decorrente de uma conjunção astral entre marte e júpiter, que estavam arrevesado em relação saturno e que o fenômeno não se repetirá nos próximos milênios.

Algumas afirmações devem ser feitas com muito cuidado, não se pode brincar com os sentimentos do povo. Foi isso que disse Zé Picuinha, filósofo da Beócia e lembrou que um governante deve se preservar, evitando algumas afirmações de ordem popular que são caras ao seu povo. Ilustrando, lembrou o que disse um ex- presidente do Brasil, país que se limita com a Beócia ao norte de onde as paralelas se encontram. Aquele presidente disse: se eu conseguir aprovar os meus projetos de reforma vou estourar a boca do balão. Um governador de Estado respondeu: não é um estadista. Um estadista não fala esse tipo de coisa. VC030115

 


Uma Resposta para “O dia em que a vaca tossiu na Beócia”

  1. carlos eduardo

    Muito bom o texto culto, despretensioso e inteligente!!

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