
Por muito tempo, nesta época do ano, conquistenses e turistas tinham um presépio como atração em Vitória da Conquista. Montado por quase quatro décadas, até 1992, na forma de uma cidade em miniatura, com todos os detalhes, a obra do senhor Geraldino da Silva Lima era admirada e elogiada por todos. A sua forma de lembrar o nascimento do Menino Jesus se tornou famosa. Neste ano o Natal Conquista de Luz resgatou as peças guardadas por familiares de Geraldino e, em sua homenagem, remontou parte do famoso presépio, tornando-o uma atração.
“A gente fica feliz, porque assim não cai no esquecimento. O que fica guardado, acaba. Depois que ele morreu, o presépio só foi montado duas vezes e as pessoas sempre perguntavam se a gente não ia montar de novo. Então, decidimos doar para que a Prefeitura pudesse fazer a montagem”, afirma a filha Iramaura Lima. “É parte da memória da cidade. É um personagem que precisa ser lembrado, um verdadeiro artista. Nossa equipe está muito feliz em poder homenagear, com esse resgate, o Mestre Geraldino e todo o seu talento”, destaca a secretária municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Teresa Cristina Negreiros Teixeira da Rocha, a Tina Rocha.
Para além do estábulo, da manjedoura, da estrela de Belém, dos Reis Magos, anjos e pastores e da Família Sagrada, a minicidade lembra a antiga Vitória da Conquista e faz referências a outras cidades da região. Igrejas, casarões, casas comerciais, monumentos, edifícios e até torres de energia e aviões foram construídos por Geraldino, que era um apaixonado por eletricidade, trabalhava com pilhas e lâmpadas com muito prazer. Na montagem original do seu presépio, as ruas ganhavam vida com objetos animados, pequenos movimentos mecânicos, iluminação especial e até sonorização.
Sem formação ou estudos históricos, o Mestre Geraldino, que era eletricista, constitui-se como um talentoso artesão, reconstruindo os elementos de uma cidade com arame, fios de cobre, madeira e papelão. As peças eram pintadas com tinta esmalte e reconstruídas com características próprias da arquitetura. Plantas da vegetação local e areia fina eram buscadas por ele na Serra do Piripiri para reproduzir a mata e aproximar o presépio ainda mais da realidade. >>>>>