Vitória da Conquista

 Ailton Fernandes | Conversa de Balcão

Com uma superestrutura de som e luz, o cantor Ney Matogrosso se apresentou em Vitória da Conquista neste sábado (20) com o show “Atento Aos Sinais”. Apesar do repertório inédito, Ney arrebatou o público de cerca de 1500 pessoas com uma pegada pop rock e dançante. Surpreendeu ao descer do palco e ao trocar o figurino ali mesmo, entre uma música e outra, sentado numa cadeira feita com espelhos. “Rua de passagem”, de Lenine e Arnaldo Antunes, “Roendo as unhas”, de Paulinho da Viola, “Two naira fifty kobo”, de Caetano Veloso, “Vida louca vida”, de Lobão, “Samba de blackberry”, da banda carioca Tono, “Freguês da meia-noite”, do rapper Criolo, “Oração”, de Dani Black, “Fico louco”, “Noite torta” e “Isso não vai ficar assim”, de Itamar Assumpção, são algumas das canções que compõem o repertório que provou o porquê Ney é um dos maiores intérpretes da música brasileira.

Um show bem cuidado, um cantor cheio de energia, com o mesmo rebolado de 40 anos atrás acompanhado de olhares provocadores, o que não faz parecer que ali tem um senhor de quase 72 anos. Mas, como ele disse na entrevista do dia anterior: “eu não sei que idade eu tenho, não sei como é ou como seria ter a minha idade. Ainda consigo subir no palco e fazer meu trabalho com o mesmo entusiasmo”. E é verdade!  Após cantar “Astronauta lírico”, de Vitor Ramil, entre bolinhas de sabão, Ney fez sua despedida com “Poema”, de Cazuza, e “Ex-amor”, de Martinho da Vila. Essa foi a primeira vez que o cantor se apresentou em Conquista e, se depender dele, haverá outras. Antes de sair do palco, disse: “Até a próxima, e que não demore”. E que assim seja!

Ailton Fernandes | Conversa de Balcão

Em Vitória da Conquista para a apresentação do show “Atento aos sinais”, o cantor Ney Matogrosso conversou com a imprensa nesta sexta-feira (19) falou sobre a turnê, os 40 anos de carreira e a vitalidade no palco, além das manifestações populares que têm acontecido pelo Brasil. “Esse show é todo novo, é tudo muito inédito para mim. Estou cantando todo mundo que me interessa, inclusive um monte de bandas desconhecidas que eu estou botando na roda para a moçada. Eu acho que essa é uma das funções do intérprete: apresentar novos compositores”, destacou. “Mas não me preocupo com roteiro. Misturo Caetano, Paulinho da Viola e por aí vai, desde que seja coerente com o que eu quero mostrar”. O repertório de “Atento aos sinais” estava sendo selecionado desde 2009 e já foi gravado em estúdio pelo cantor e deve ser lançado em CD entre setembro e outubro.  “O nome é trecho de uma música (Oração, de Dani Black) que está no show e que achei interessante porque estou pela primeira vez na minha vida fazendo um trabalho em que busco estar conectado com novos pensamentos de uma maneira maior. Não tem nada de apocalíptico, mas vejo que está ultrapassando a ideia inicial, estou cantando coisas ali que falam dos acontecimentos no Rio de Janeiro, por exemplo. Então significa que tem uma antena ligada, que está percebendo coisas que a gente não sabia que iriam acontecer e realmente eu estou atento aos sinais”, explicou o cantor.