
Um homem de 38 anos de pele clara e cabelo ruivo conseguiu uma vaga no curso de Medicina da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) após concorrer nas cotas raciais e se autodeclarar pardo no momento da matrícula. O caso dele está sendo investigado pela Universidade, no campus de Vitória da Conquista, por meio de um processo administrativo, após denúncia de um concorrente que se diz pardo, filho de pai negro e mãe branca. Michelson Medonça da Silva, o estudante investigado, está no primeiro semestre de Medicina. Ele ingressou na universidade após fazer o Vestibular 2019 e concorrer a uma vaga pelas cotas raciais, destinadas a negros e pardos, conforme a reportagem da Folha de São Paulo nesta quinta-feira (6).
O Edital do Vestibular UESB exige que, no momento da matrícula, o candidato que concorre a cotas raciais preencha um formulário no qual se autodeclara negro ou pardo, e não faz verificação presencial para confirmar a veracidade da informação. Essa forma de ingresso de alunos que concorrem a cotas raciais é cercada de polêmicas na Bahia, e já foi alvo de críticas também na UFMG [Universidade Federal de Minas Gerais], onde pessoas brancas entraram em medicina pelas cotas raciais. Por conta disso, a UFMG passou a adotar a averiguação presencial das autodeclarações no Vestibular 2019 por meio de uma banca. No mesmo ano, UFBA [Universidade Federal da Bahia], também por conta de tentativas de fraude, implantou o mesmo sistema de verificação. Veja mais na Folha.