
Edwaldo Alves Silva
Ao parar no sinal da Rua São Geraldo, duas jovens aproximaram-se e ofereceram adesivos para colar no meu carro. Provavelmente executavam um serviço remunerado. Um propagava a derrubada da Presidente com uma frase bastante injuriosa ao mais alto cargo da república e o outro mencionava que havia votado em Aécio, como se esta decisão pessoal tivesse enorme importância coletiva. Retruquei que era profundamente democrata, avesso às aventuras golpistas e que era muito importante o respeito à vontade popular expressada por meio das urnas. As garotas estamparam nos rostos uma expressão de quem não haviam entendido nada, aliás, pareciam que não sabiam nem mesmo o que estavam fazendo ali. O tom respeitoso do nosso diálogo não se repetia no carro ao lado. Um casal, ambos adultos, segurando cartazes bradava que era necessário derrubar a presidente, acabar com o PT e os desmandos que, segundo eles, estavam arruinando o Brasil. E, pasmem, pregava que para atingir esses objetivos era necessária uma intervenção militar. O motorista ao lado, surpreendido, portava-se como se estivesse escutando um lunático alienígena. Leia na íntegra a opinião de Edwaldo Alves.