
No início da tarde da terça-feira (20), a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) foi agredida verbalmente e ameaçada no Plenário pelo secretário geral da Mesa da Câmara dos Deputados, Mozart Vianna. O episódio aconteceu enquanto a deputada protestava na Tribuna contra a interrupção abrupta da sessão solene em homenagem aos 90 anos da Coluna Prestes. Alice afirmou que o deputado Inocêncio Oliveira (PR/PE), que presidia a mesa no momento do término da sessão, “havia sido instado pela Secretaria Geral da Mesa” a encerrar a solenidade, “sem qualquer cuidado, respeito ou informação aos convidados sobre o motivo do encerramento”. A comunista foi interrompida pelo secretário geral, que irrompeu na sua direção, esbravejando, de dedo em riste. Visivelmente alterado, Mozart Vianna, precisou ser contido pelos seguranças da Casa, que impediram que ele agredisse fisicamente a parlamentar. Alice Portugal teve ainda o seu microfone desligado. Imediatamente após a agressão, a bancada do PCdoB dirigiu-se à presidência da Câmara, exigindo um posicionamento. “A Tribuna da Casa foi violada de forma violenta, contra a fala de um parlamentar eleito”, disse Alice. À noite, no Plenário, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), minimizou, referindo-se ao ocorrido como “um mal entendido”. O pronunciamento do presidente foi considerado insuficiente pela líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali, “diante da magnitude do fato”. Durante reunião na tarde desta quarta-feira (21), por unanimidade, a bancada do PCdoB decidiu que vai entrar com uma representação na presidência da Câmara . “A Tribuna da Casa foi violada e uma deputada federal ameaçada, tendo sua imunidade cassada, afrontando um preceito constitucional pétreo. Isso não pode passar impunemente. O Plenário é um local onde só o povo, com o voto, pode fazer ecoar ou calar um representante”, argumentou Alice.