Por Junior Patente, O Piquete
Em todo o mundo, a trajédia que se abateu sobre o Haiti tem despertado as mais diversas formas de solidariedade. Para falar sobre esse sentimento que move a sociedade a ajudar as pessoas vítimas da catástrofe, nós conversamos com o Professor Doutor José Raimundo Fontes, do Departamento de História da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Sempre que acontece um fato trágico em um determinado ponto do planeta, imediatamente há uma reação internacional em campanhas de solidariedade. O que move esse sentimento em sua opinião?
Em primeiro lugar acho que poderíamos examinar uma dualidade. Eu diria que a sociedade como um todo é boa, ela tem um sentimento de solidariedade e fraternidade, há humanismo latente em todas as pessoas mas a forma como a sociedade se organiza leva a uma disputa e um individualismo no dia a dia. Por isso, somente nesses momentos, nas grandes tragédias é que o povo consegue mostrar esse outro lado dele. É a cultura contemporânea que impede as pessoas de no seu cotidiano, serem generosas. É essa contradição que a gente vive: o ser humano é bom mas a sociedade o embrutece. Essa situação do Haiti mostra isso com clareza e revela a existência da solidariedade. Lá estava a presença emocionante dos brasileiros, através do Exército, de figuras como a Dra. Zilda Arns e tantos outros.