
Um vídeo que circula nas redes sociais atribui falsamente ao arcebispo de Vitória da Conquista, Dom Vítor Agnaldo de Menezes, um apelo por doações para uma criança com câncer. Publicado como conteúdo patrocinado pelo perfil “O Poder de Ajudar”, o material usa imagens reais do arcebispo, mas com o áudio original substituído por falas criadas com inteligência artificial. No vídeo, o religioso supostamente afirma: “Irmão, irmã, me escuta só um instante. Imagina que Deus te desse hoje a chance de atender um pedido sincero, não o seu, mas o de alguém que você nunca viu e que está pedindo por socorro do jeitinho que sabe. O nome dele é Pedro Paulo, ele tem 5 anos e está passando por algo que nenhuma criança dessa idade deveria enfrentar.” O conteúdo continua com detalhes da suposta doença. “Tudo começou com umas dores nas pernas, depois ele começou a mancar. A mãe pensou que fosse só uma queda, alguma coisa boba, mas, quando ele parou de andar, ela correu para o hospital. Foi lá que veio a notícia: um tumor, dois que avançam rápido, dos que mexem com o sistema inteiro (…)”. Segundo a narração, “a próxima aplicação precisa acontecer até dia 28”, e a mãe da criança teria criado uma vaquinha online após a morte do pai: “Desde então, a mãe tá tentando segurar tudo sozinha, mas tem hora que, por mais que a gente acredite, a força acaba. Foi por isso que a ela decidiu criar uma vaquinha e me procurou pedindo uma única coisa, que essa história chegasse até alguém com um coração disposto. O link está logo aqui embaixo e se você sentiu alguma coisa lendo isso, talvez seja porque hoje Deus decidiu te usar como resposta.” A Arquidiocese de Feira de Santana confirmou que o vídeo é falso, não autorizado e criado com o uso de inteligência artificial. O Fato ou Fake submeteu o material à ferramenta Hive Moderation, que apontou 99,9% de probabilidade de o áudio ter sido gerado por IA. Além disso, imagens de uma criança doente apresentadas no vídeo foram retiradas de campanhas reais nos Estados Unidos, envolvendo o menino Greyson Hawes, sem qualquer ligação com a história narrada. A Meta afirmou, em resposta padrão, que “atividades que tenham como objetivo enganar, fraudar ou explorar terceiros não são permitidas em nossas plataformas”. As informações são do g1.