Alvíssaras, palavra antiga, não mais usada na linguagem corrente, mas a escolhi por traduzir de modo eloquente uma novidade. Costumava encontrá-la na literatura brasileira datada do século dezenove e usá-la aqui traduz o nosso contentamento pela notícia de novos tombamentos de imóveis históricos em nossa cidade. De uma só vez o Conselho de Cultura do Município aprovou o tombamento dos seguintes imóveis: a sede da Prefeitura Municipal [antigo Quartel da Polícia Militar], o edifício da Antiga Câmara de Vereadores [atual Memorial Manoel Fernandes de Oliveira], a Casa das Artes [antiga Biblioteca José de Sá Nunes, atual Centro de Convivência do Idoso], o Solar dos Fonsecas e o Solar dos Ferraz. O Conselho levou em conta os aspectos históricos e arquitetônicos dos referidos imóveis. >>>>>>|||
Em um sábado qualquer, andando sem compromisso pela cidade, resolvi subir a Rua Dois de Julho. Observei que aquela rua é um grande vetor que nos leva ao nosso centro histórico, Casarios antigos que nos remetem ao tempo de uma Conquista provinciana, mas cá entre nós, um tempo gostoso. A subida pela rua vai nos revelando algumas casas antigas. Ali morou muita gente. Grande parte já demolida e substituída por uma arquitetura mais comercial. A dois de julho foi moradia de muita gente conhecida: Seu Macario, Pedro Gusmão e muitas outras pessoas que contribuíram para a construção da cidade. A rua é um tanto abandonada. As poucas casas antigas que sobreviveram estão maltratadas, ou melhor, não estão cuidadas como deveriam. Compreendo, manter em ordem um imóvel antigo é bem caro; E, lá ia eu com os meus pensamentos e deparei-me diante da casa de Glauber Rocha, imóvel tombado pelo patrimônio público municipal com finalidade cultural, sobretudo preservar a memória do cineasta. >>>>>.
A nossa Olivia Flores, e uso um possessivo coletivo, tornou-se um patrimônio significativo para todos. É uma passarela em que o desfile se realiza entre “olás” e como vai. Ponto de encontro, paradas rápidas, sorrisos e abraços entre velhas amizades se confraternizam. Hidratação e perdas de calorias trabalham sem parar e as mentes sãs em corpos, nem tanto, brindam, às vezes o nascer do sol, em outras vezes o seu escurecer com a moldura vermelho/laranja que tanto nos encantam e todos querem fotografar. Confira o artigo de Jorge Maia.
Eu era menino, e não faz muito tempo, caminhava pelo centro da cidade e ficava fascinado pelas casas antigas, núcleo residencial e comercial que costuma surgir nas proximidades das igrejas matrizes, nas cidades do Brasil. Para minha cabeça de menino elas tinham histórias para contar, e quem sabe? Mistérios de um tempo antigo que um dia alguém contaria. Sempre quando eu vou ao centro da cidade, fico a contemplar por um instante a casa verde e amarela localizada na praça Barão do Rio Branco, cujo apelido é a casa de dona Zaza. Os mais antigos sabem que ali, até a década de 1990, residia a família de dona Zaza, carinhosamente assim chamada. Fui colega de três dos seus netos, na Escola Normal, IEED. Recordo-me dos seus pais todos eles eram figuras muito simpáticas. Ali, por muito tempo funcionou um posto do MEC em que podíamos encontrar muito material escolar de excelente qualidade com preços acessíveis. Ao que me revela a memória era a mãe de Luis, Guilheme e Marinho, dona Angelica, a responsável pelo posto do MEC. Continue a leitura com Jorge Maia.
Todos nós temos uma mesa na lembrança. A mesa grande da fazenda, ou da casa dos nossos pais, sempre marcada pelos encontros. A mesa do bar, onde bêbados desfiam as suas mágoas, ou a mesa da sala que conta sobre a saudade de um ente querido que partiu e de lembranças inesquecíveis. Há tanta poesia nisso. A mesa é um ponto de encontro e de celebrações, conversas que retratam o nosso cotidiano, conversas sem compromissos, construção de memórias que povoam a nossa mente, para alguns, muita saudade. Em nossos vídeos sempre me convido para uma refeição na casa das pessoas para falarmos sobre algum aspecto jurídico, o tom é de brincadeira e a presença da refeição é o ponto de partida para o assunto. A mesa farta é convidativa, reflexiva e alegre, na maioria das vezes; comer e conversar é muito agradável, não há quem não goste. Confira a íntegra.
Raul Ferraz foi prefeito de Vitória da Conquista no período de 1977/82 e destacava-se do seu grupo político em razão das suas ideias mais avançadas, afora as suas “tiradas” criativas, o que é próprio de quem é bom advogado. Sempre teve opiniões mais avançadas do que outros atores do seu grupo político. Não foi novidade que, sendo deputado federal, tenha atuado na condição de relator do projeto do Estatuto da Cidade, documento jurídico elogiados por todos os que atuam na área. Dentre as suas obras, quando prefeito, podemos destacar: o ginásio de esportes e o Cristo da serra do Piripiri. O ginásio, por algum tempo, funcionou a contento, contudo foi perdendo a sua importância e chegou a ser abandonado, retomando timidamente o seu papel, mas continua sem a relevância da sua finalidade. A juventude precisar fazer maior uso daquele equipamento. Recordo-me que assisti ali um show de Taiguara, pois também servia de casa para grandes espetáculos. Confira a íntegra dessa nova crônica do Doutor Jorge Maia.
A cena parecia saída de um livro de memórias. Uma menina de nove anos, vestida de esperança, sobe ao palco do Auditório Samuel Celestino. Seu nome é Tainá Alencar e sua voz entoa uma canção que atravessa o tempo: a mesma “Ária de Narizinho”, interpretada pela pequena Suely Temporal em 1972, quando ainda era aluna da Hora da Criança. O passado se refaz em presente e se projeta em futuro. Era a forma mais doce e simbólica de anunciar o que todos aguardavam: a posse da primeira mulher a presidir a Associação Bahiana de Imprensa em seus 95 anos de existência. Diante do auditório lotado, repleto de jornalistas, autoridades, amigos e familiares, a jornalista e empresária assumiu, na noite desta quarta-feira (10), o comando da entidade em um clima de emoção e simbolismo.
A própria Suely havia se apresentado pouco antes, na abertura da cerimônia de posse, junto ao Grupo Vocal Pentágono. A solenidade foi conduzida pelos jornalistas Camila Marinho, da Rede Bahia, e Luís Filipe Veloso, do Grupo Bandeirantes, emissoras apoiadoras do evento, e contou com momentos de memória e homenagem à trajetória da ABI. Coube ao jornalista Antônio Walter Pinheiro, presidente da Assembleia Geral da instituição, realizar a leitura do termo de posse e oficializar o início do novo ciclo, depois de um dia intenso de votação em regime híbrido. Ele deixou uma mensagem de boa sorte para a presidente que chega. “É bem-aventurada aquela que pode, sorrindo e cantando, assumir pesados e novos desafios, que é a nossa nova presidente Suely Temporal.” “Eu tinha 32 anos quando José Jorge Randam me empurrou para a Diretoria, sob as desconfianças de Jorge Calmon, que temia me ver formar uma dupla de terroristas, com Agostinho Muniz”, brincou o ex-presidente Ernesto Marques em seu discurso de despedida. Emocionado, ele ressaltou a permanência da ABI como referência da memória e da luta pela liberdade de imprensa. “Ao completar 95 anos, a ABI diz que fica. Fica para reverenciar permanentemente a própria memória e assim colaborar na defesa da memória, da história e da cultura de Salvador e da Bahia.” Marques destacou a renovação e a relevância da entidade em um cenário de transformações sociais.
“O que fica é uma entidade inteira, renovada e mais viva do que nunca. Uma ABI conectada com a vida dos jornalistas e capaz de se fortalecer na contramão do obscurantismo, pregando respeito e empatia como condições para o pleno exercício das liberdades democráticas”, disse. “Nesta noite especial e inédita, também por questões de gênero, me alegra muito, como presidente da Associação Bahiana de Imprensa, agradecer à minha amada professora Cybele Amado pela sua presença efetiva, não apenas figurando como ‘primeira-dama’, mas colaborando decisivamente em muitas das nossas atividades”, reconheceu. Ernesto Marques preferiu não fazer do discurso um balanço, mas lembrou feitos como a celebrada Revista Memória da Imprensa, falou dos desafios que aguardam a nova gestão, a exemplo da situação financeira da entidade, e agradeceu nominalmente ao corpo de funcionários pela lealdade e compromisso nos tempos difíceis.