PMDB leva Wagner à Justiça e acirra rixa com PT na Bahia

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O PMDB ingressou ontem com uma ação contra o governador baiano, Jaques Wagner (PT), na Procuradoria-Geral da República, em Brasília, acusando-o de “prevaricação” e “condescendência criminosa” no caso da apuração de um suposto esquema de corrupção na Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba). A investigação culminou na Operação Expresso, que prendeu sete pessoas no dia 24, entre elas o ex-diretor-executivo do órgão Antônio Lomanto Netto, indicado pelo PMDB.

Segundo os líderes dos partidos, a atitude peemedebista marca o fim de qualquer possibilidade de acordo entre as legendas no Estado.

No inquérito da Polícia Civil baiana entregue à Justiça, que investiga suspeita de corrupção na liberação de linhas rodoviárias intermunicipais a empresas de transporte de passageiros, o presidente do PMDB no Estado, Lúcio Vieira Lima (irmão do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima), é citado entre os possíveis envolvidos no esquema, o que levou o partido a apontar que a operação seria uma manobra para desgastar a legenda e, consequentemente, enfraquecer a pré-candidatura de Geddel ao governo baiano.

A ação do PMDB contra Wagner foi motivada por uma entrevista dada pelo governador a um programa da TV Itapoan (retransmissora da Rede Record), na última quinta-feira. Nela, Wagner admitiu que havia sido alertado sobre a existência de irregularidades na Agerba antes de a investigação ser iniciada, há sete meses. “Chamei todo mundo que estava envolvido e disse: ‘Olha, está chegando no meu ouvido que está tendo problema aí e já disse que não quero isso no governo'”, contou. “Depois disso, alguém foi lá e fez uma denúncia e eu não ia dizer para não investigar.”

Segundo o texto da ação, o governador “acabou por confessar ter cometido os delitos tipificados nos artigos 319 (prevaricação) e 320 (condescendência criminosa) do Código Penal Brasileiro”. “Se ele sabia antes, por que não mandou investigar logo?”, ponderou Geddel. Se a procuradoria acatar a ação, ela será apreciada pelo Tribunal Superior de Justiça (STJ).

Ataque

Segundo os líderes dos partidos, a atitude do PMDB deixou longe um acordo entre as siglas na Bahia. “Eles estão adotando a estratégia de que a melhor defesa é o ataque, quando deveriam apoiar a investigação”, disse o líder do governo na Assembleia Legislativa baiana, Waldenor Pereira. O secretário de Comunicação do governo, Robson Almeida, classificou como “absurda” a ação. “Um governador que determina uma investigação sobre corrupção em seu próprio governo não pode ser acusado de prevaricar.” Do Estadão


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